Japão diz elaborar seu próprio projeto para reforma da ONU

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Publicado Sexta, 06 de Janeiro de 2006 às 07:41, por: CdB

O Japão está elaborando um projeto de reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) em uma tentativa de obter o apoio dos Estados Unidos para seus esforços de se transformar em membro permanente do órgão, disse um porta-voz do governo na sexta-feira. Os parceiros do país asiático na proposta do ano passado,  Alemanha, Índia e Brasil,  apresentaram na quinta-feira junto à Assembléia Geral da ONU a mesma resolução colocada em pauta junto com o governo japonês no ano passado. A medida seria parte do que um diplomata alemão chamou de uma "manobra tática". O Japão é o segundo maior contribuinte da ONU, atrás apenas dos EUA, e espera há muito tempo para ocupar um cargo correspondente a suas contribuições.

O secretário chefe do gabinete de governo do país, Shinzo Abe, disse em uma entrevista coletiva que o Japão havia decidido não participar da apresentação da resolução porque via poucos benefícios em aderir a uma "manobra tática" com uma resolução que já havia fracassado. E acrescentou ainda que neste momento, a nação estaria avaliando uma proposta que conseguiria apoio amplo e está discutindo-a com os EUA.  A resolução anterior nunca chegou a ser votada por causa de vários problemas, entre os quais uma desavença com a União Africana (UA), um órgão de 53 membros que tinha uma proposta diferente.

Os EUA concordam com a concessão de uma vaga permanente ao Japão, mas não desejam que o Conselho de Segurança, atualmente com 15 membros, receba mais de seis novos integrantes. Uma autoridade do Ministério das Relações Exteriores japonês afirmou que essa idéia era a base das discussões com os norte-americanos. Entre as possibilidades em pauta há um plano que aumentaria o número de integrantes do órgão em seis, entre membros permanentes e provisórios. A resolução apresentada pelo Brasil, Japão, Alemanha e Índia no ano passado previa o acréscimo de seis membros permanentes (quatro desses para eles e dois para países africanos) e quatro membros temporários, elevando o total para 25.

A decisão sobre se os novos membros permanentes teriam ou não poder de veto seria debatida dentro de 15 anos. A UA deseja ampliar para 26 o número de integrantes do Conselho de Segurança e que todos os membros permanentes tenham poder de veto. O diplomata da Alemanha disse que os governos brasileiro, alemão e indiano não pretendiam colocar em votação o projeto apresentado ao secretariado da Assembléia Geral e que haviam agido assim apenas para responder a uma manobra semelhante realizada pela UA.

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