Helicóptero francês é atacado no Congo

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Publicado Quarta, 18 de Junho de 2003 às 15:41, por: CdB

Um helicóptero do exército francês da força internacional posicionada em Bunia, capital do distrito de Ituri, no nordeste da República Democrática do Congo (RDC), foi atacado nesta quarta-feira quando sobrevoava a fronteira com a vizinha Uganda e interrompeu seu vôo para a cidade congolesa. A aeronave, que transportava oito soldados franceses e várias caixas de munição, foi atacado com armas de pequeno calibre no momento em que entrava em espaço aéreo congolês e um dos projéteis danificou ligeiramente seu sistema hidráulico, o que o obrigou a aterrissar, disse o capitão Frederic Solano. O helicóptero Puma, que voava em esquadrilha com outro, procedia do aeroporto ugandense de Entebbe, base logística da força multinacional desdobrada no nordeste congolês, e depois do ataque regressou a Uganda, onde aterrissou em uma área situada a cem quilômetros do local do incidente, afirmou o porta-voz. Depois de comprovar que o dano não era grave, a aeronave prosseguiu vôo para o terminal aeroportuário ugandense, contou Solano. - O helicóptero está sendo reparado e tem apenas um pequeno orifício de bala na fuselagem, disparada obviamente por um arma de curto calibre - especificou o porta-voz francês. Solano disse que não podia identificar qual das facções em confronto na área de Bunia era responsável pelo ataque, mas ressaltou que o incidente não interromperá as operações de pacificação na área. O helicóptero francês foi atacado numa região próxima ao lago Alberto, fronteira natural entre a RDC e Uganda, que é controlada pela etnia lendu. A chamada Operação Artemisa, que se realiza em conformidade com o mandato estabelecido pela resolução 1484 do Conselho de Segurança da ONU de 30 de maio passado e está dirigida politicamente pela União Européia (UE), foi desdobrada em Bunia para terminar com os enfrentamentos entre tribos rivais. A União de Patriotas Congoleses (UPC), a milícia da etnia minoritária hema, capturou Bunia no dia 12 de maio depois que se retiraram da cidade as últimas tropas que Uganda tinha posicionadas a pedido da ONU, precisamente para evitar os choques entre tribos rivais. A UPC, que é apoiada por Ruanda, promove agora uma ofensiva para recuperar a cidade lançada por grupos fortemente armados da tribo lendu, apoiados, por sua vez, pelos governos da RDC e Uganda, e os enfrentamentos causaram a morte de centenas de civis. Os massacres, as denúncias de canibalismo adjudicadas a ambos os grupos e o assassinato por decapitação de dois membros da Missão de Observação das Nações Unidas na RDC (Monuc) foi o que levou ao Conselho de Segurança a ordenar o deslocamento da força internacional. O comandante da Operação Artemisa, o general de brigada francês Jean-Paul Thonier, afirmou nesta quarta em entrevista coletiva em Bunia que seus efetivos restaurarão a segurança na cidade "custe o que custar". - Restaurarei a segurança em Bunia apesar dos que se interpõem no caminho da minha missão - afirmou Thonier. - Para mim, segurança significa liberdade de movimento para todos os congoleses e, para isso, é preciso que se proíba a presença em Bunia de qualquer grupo armado.Deixem isso em minhas mãos e verão resultados positivos em poucos dias - assgurou o militar.

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