Egito confisca livro <i>O Código Da Vinci</i> e proíbe filme

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Publicado Quarta, 14 de Junho de 2006 às 05:51, por: CdB

O ministro da Cultura do Egito disse ao Parlamento nesta terça-feira que as autoridades vão confiscar cópias do best-seller <i>O Código Da Vinci</i> e proibir a exibição do filme baseado no livro em todo o território nacional.

Aplaudido por deputados do Parlamento, o ministro Farouk Hosni disse:

- Proibimos qualquer livro que insulte qualquer religião. Vamos confiscar este livro - disse.

O Parlamento discutia o livro e o filme, atendendo a pedidos de vários parlamentares cristãos coptas, que pediram a proibição da obra.

A deputada copta Georgette Sobhi mostrou um exemplar do livro e de sua tradução árabe e disse que o livro contém materiais que constituem ofensa séria.

- O livro é baseado em mitos sionistas e contém insultos a Cristo. Ele insulta a religião cristã e o Islã - disse ela.

Uma parte central da trama fictícia de <i>O Código Da Vinci</i> diz que Cristo se casou com Maria Madalena e que os descendentes dos dois continuam vivos hoje.

Hussein Ibrahim, vice-líder do bloco da Irmandade Muçulmana no Parlamento, disse que, assim como a Irmandade se opôs às caricaturas dinamarquesas do profeta Maomé, ela vai se opor a qualquer insulto a Jesus Cristo.

A notícia da decisão do governo provocou preocupação em outros setores. Um ativista dos direitos humanos qualificou a decisão de perigosa e disse que ela representa a continuidade das agressões à liberdade de expressão.

Hafez Abu Saeda, secretário-geral da Organização Egípcia de Direitos Humanos, disse.

- Isto viola a liberdade de pensamento e religião. Isto (o livro) é ficção. É arte, e deve ser visto como tal - ressalta.

Saeda disse que o livro vendeu bem em muitos países de maioria cristã, onde não enfrentou chamados por sua proibição. Para ele, os deputados deveriam ter consciência de que a proibição não vai funcionar, pois milhares de egípcios já possuem exemplares do livro, que também pode ser descarregado da Internet.

Shahira Fathy, gerente da livraria Diwan, no Cairo, disse que o livro é um dos mais vendidos em sua loja desde que saiu, em 2003.

- É uma pena, muitas pessoas se interessam pelo tema - disse ela, acrescentando que outros livros sobre o mesmo tema também têm vendido bem.

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