Desafios aguardam presidenta argentina na volta ao trabalho após cirurgia

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Publicado Terça, 24 de Janeiro de 2012 às 10:44, por: CdB

Monica Yanakiew
Correspondente da EBC na Argentina

Buenos Aires –  Ao retomar amanhã (25) as atividades políticas, após se recuperar de cirurgia na tireóide, a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, enfrentará aquele que pode ser o grande desafio no início de seu segundo mandato: manter o superávit de US$ 10 bilhões na balança comercial. Para analistas políticos, ela também terá de administrar a necessidade de cortes público e de elevação de impostos, continuando com a popularidade em alta.

As dificuldades se tornam ainda maiores considerando o cenário de crise econômica internacional e problemas com o abastecimento de energia no território argentino. Até ontem (23) ela se recuperava de cirurgia para retirada de um tumor benigno na tireóide. “O governo terá que gastar US$ 7 bilhões neste ano para importar energia. Essa soma equivale a 70% do superávit da balança comercial de 2011. Por isso, precisa fazer caixa”, disse à Agência Brasil o economista argentino Fausto Spotorno.

“Por essa razão, desde que foi reeleita em outubro passado, a presidenta Cristina Kirchner não perdeu tempo e começou a anunciar medidas para controlar as importações e evitar a saída de capitais”, acrescentou Sportorno.

Para o economista, a Argentina conseguiu vencer a maior parte dos impactos da crise econômica internacional por não ser “tão dependente” dos Estados Unidos e da Europa. Ele ressaltou, porém, a dependência que a Argentina tem do Brasil e da China, países que, segundo ele, tiveram o crescimento dessas duas economias foi afetado pela crise”, disse Spotorno.

Para o analista político Rosendo Fraga, um dos principais desafios de Cristina Kirchner é manter o apoio da classe média, que está perdendo o poder de compra devido à alta dos preços e à elevação dos impostos e das tarifas públicas. Segundo ele, para manter os planos sociais e atender as demandas sindicais, que pedem aumentos salariais médios de 25%, a presidenta terá que reduzir os gastos públicos.

Edição: Nádia Franco

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