Witherspoon dá toque feminista a Vanity Fair

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Publicado Quarta, 08 de Setembro de 2004 às 11:38, por: CdB

Um clássico da literatura inglesa do século 19 foi o ponto de partida do filme Vanity Fair, da diretora indiana Mira Nair, mas ela e a atriz Reese Witherspoon transformaram a heroína intrigante do livro numa feminista que se adiantou a seu tempo.

Apimentado com uma cena de dança do ventre liderada por Witherspoon, o filme traça um retrato simpático de sua ambiciosa personagem principal.

"Becky Sharp foi uma feminista antes de seu tempo", comentou Reese Witherspoon, com os cabelos loiros tingidos de castanho escuro, depois da exibição do filme dentro da competição principal do Festival de Cinema de Veneza.

"Na época em que William Thackeray escreveu o romance, na década de 1840, as mulheres tinham pouquíssimas oportunidades de se promover."

Trata-se de um papel ambicioso para a atriz norte-americana de 28 anos, conhecida sobretudo pelo papel da heroína patricinha, mas esperta, da comédia Legalmente Loira, embora já tenha atuado em filmes independentes, incluindo A Eleição, no qual representa uma estudante colegial sem escrúpulos.

Witherspoon estava grávida durante as filmagens, fato que, afirmou, a ajudou a representar o personagem de Becky Sharp, porque a fazia sentir-se "muito mais vulnerável emocionalmente".

Ela atua ao lado de um elenco respeitado, formado em sua maioria por atores britânicos e que inclui Gabriel Byrne no papel do diabólico Marquês de Steyne, a quem Becky Sharp vende sua alma para realizar seu sonho de destaque social.

Mira Nair gostaria de repetir o sucesso que teve no Festival de Veneza com "Casamento à Indiana", que recebeu o prêmio Leão de Ouro em 2001 e acabou por tornar-se sucesso internacional.

Vanity Fair foi rodado em parte na Índia, país nativo da diretora, mas não deixa de ser uma história essencialmente inglesa. O filme é marcado pela visão intransigente que Mira Nair tem das regras e dogmas sociais do Império Britânico na época em que estava quase em seu auge.

A diretora também confere ao filme um toque distintamente indiano, chegando ao ponto de fazer a cena final acontecer na Índia, com Reese Witherspoon em cima de um elefante - o que, segundo Nair, é uma maneira de saudar a capacidade de resistência da personagem.

"Se existe alguém que entende a divisão de classes melhor do que os britânicos, esse alguém são os indianos", disse Nair. "A Índia é um fio dourado que percorre o livro do começo ao fim."

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