Vôlei brasileiro se prepara para Atenas 2004

Arquivado em:
Publicado Quarta, 26 de Novembro de 2003 às 02:32, por: CdB

O jogo feito no chão se transformou na grande arma do Brasil no Japão. Consagradas pela qualidade de seus atacantes, as seleções brasileiras decidiram investir na defesa na Copa do Mundo.

O sucesso obtido pelo time feminino, que emplacou a líbero Arlene como a melhor do torneio, está sendo repetido agora.

Escadinha lidera as estatísticas de sua posição -executa 65,99% das defesas com sucesso- e tem sido um dos destaques da seleção.

O brasileiro chegou a ser eleito o melhor jogador do duelo com a China, no domingo, fato raríssimo para um líbero. Os atletas da posição só defendem e fazem passes e, mesmo se marcarem, não têm seus pontos anotados.

- O espírito do Escadinha contribuiu muito para o crescimento da nossa defesa. Ele é exigente, determinado e corre atrás da bola mesmo - afirmou Ricardo Tabach, assistente técnico responsável pela armação da defesa.

O investimento na defesa visa aumentar os contra-ataques. Como os times brasileiros são considerados baixos e enfrentam atacantes que passam a bola por cima do bloqueio, uma defesa bem posicionada pode render pontos que antes seriam perdidos.

Mas, para melhorar essa performance, os técnicos ainda esbarram na mentalidade dos atletas. Eles se acostumaram a investir no ataque e só admirar a dedicação dos asiáticos, consagrados como os melhores defensores do vôlei.

- A nova mentalidade demora para ser incutida, até porque o treino de defesa não é dos mais prazerosos. É preciso sacrifício para cair no chão - disse Tabach.

Além de enfrentar um 'cai-levanta' durante treinamentos e jogos, os líberos precisam de coragem para tentar amortecer nos braços ataques potentes.

Quando estava no BCN/Osasco, com o técnico da seleção José Roberto Guimarães, Arlene foi preparada para situações bem mais duras do que as enfrentadas na quadra: treinava com homens.

- Ela aguentava porradas muito mais pesadas do que as das mulheres. Quando entrava na quadra, era mais fácil -  contou o treinador, que a escolheu para a seleção, entre outros fatores, por causa de sua eficiência na defesa.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo