Vídeo com repórter da <i>BBC</i> desaparecido aparece na <i>web</i>

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Publicado Sexta, 01 de Junho de 2007 às 08:40, por: CdB

Um vídeo colocado na internet mostra as primeiras imagens do jornalista da BBC Alan Johnston, desde o seu desaparecimento no dia 12 de março na Cidade de Gaza. Acredita-se que o vídeo tenha sido colocado na rede pelo Exército do Islã, o grupo que diz ter capturado o repórter.

No vídeo, Johnston diz que sua saúde está bem e que está sendo bem tratado por seus captores.
São as primeiras imagens e o primeiro sinal de vida de Johnston em 81 dias. Mas não há indicações de quando as imagens foram feitas.

Johnston costumava raspar a cabeça. No vídeo, entretanto, um leve crescimento de seus cabelos é perceptível. O ministério do Exterior e a BBC estão investigando o vídeo.

Em visita à África do Sul, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, disse que Johnston é um jornalista de "independência e integridade".

- Sinto muito por Alan Johnston e sua família. Estamos fazendo o possível para garantir sua libertação em segurança -, afirmou Blair.

Uma nota divulgada pela família do repórter, na Escócia, diz que seus parentes "estão muito felizes em vê-lo e ouvi-lo dizer que não está sendo maltratado, apesar de ser obviamente estressante para nós vê-lo nestas circunstâncias".

No vídeo divulgado nesta sexta-feira, Alan Johnston aparece vestindo uma camisa vermelha e diz: "Em primeiro lugar, meus captores têm me tratado muito bem...Eles me alimentaram, não houve qualquer violência contra mim e estou bem de saúde".

Em seguida, Johnston pede o fim das sanções ocidentais impostas ao governo palestino e faz duras críticas ao governo britânico, mas não fica claro no vídeo em que circunstâncias o repórter faz as declarações.

- Todos os dias, palestinos são presos sem razão alguma. Pessoas são mortas diariamente. O sofrimento econômico é terrível, especialmente aqui em Gaza -, diz ele.

Jonhston fala ainda que o governo britânico está tentando ocupar terras muçulmanas contra a vontade das populações locais e menciona a "mal-sucedida invasão do Iraque pelos Estados Unidos e pela Grã-Bretanha" e a "terrível" situação no Afeganistão.

No fim do vídeo, o repórter começa a mandar uma mensagem para sua família, mas o áudio é cortado em seguida. Aparece então na tela um texto dizendo que "a BBC se negou a levar esta mensagem à família" do repórter.

Em resposta, a BBC afirma que manteve a família do repórter bem informada desde seu desaparecimento, o que foi confirmado pelos Johnston em uma nota.

A última declaração divulgada pela BBC diz que "este é um momento de muita tensão para eles (a família) e para os amigos e colegas de dele (Johnston). Repetimos nosso pedido pela libertação imediata dele".

No vídeo, o Exército do Islã exige a libertação do clérigo islâmico nascido na Palestina Abu Qatada, que é suspeito de envolvimento com a Al-Qaeda e está atualmente preso na Grã-Bretanha, onde é considerado uma ameaça à segurança nacional.

No início de maio, o mesmo grupo divulgou um vídeo mostrando o crachá de Alan Johnston e fazendo a mesma exigência para sua libertação.

O negociador palestino Saeb Erekat pediu novamente a libertação imediata e incondicional do repórter da BBC e disse que todos os palestinos o apóiam.

Johnston foi contratado pelo Serviço Mundial da BBC em 1991 e passou oito dos últimos 16 anos como correspondente estrangeiro, incluindo períodos no Uzbequistão e no Afeganistão.

O jornalista vivia e trabalhava na Faixa de Gaza nos últimos três anos e era o único repórter ocidental permanentemente baseado no território.

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