Vaca louca: Brasil e Argentina terão benefícios

Arquivado em:
Publicado Quinta, 01 de Janeiro de 2004 às 14:18, por: CdB

A maioria dos fornecedores de carne bovina do Brasil e da Argentina já começou a comemorar o surto da doença da vaca louca nos Estados Unidos. No entanto, não será tão fácil tirar proveito dessa situação, mesmo para o segundo e o sétimo maiores exportadores de carne bovina do mundo respectivamente. No curto prazo, uma série de obstáculos devem dificultar a tarefa.

O primeiro será provavelmente a queda generalizada dos preços da carne no mercado internacional, provocada pela redução acentuada da demanda no próprio mercado norte-americano, segundo informações da Down Jones. Em um segundo ponto está a estrutura do mercado internacional de carne bovina: os Estados Unidos são o terceiro maior exportador, mas os tipos de corte que o país destina ao exterior são diferentes dos comercializados por outras nações. Por exemplo, os Estados Unidos abastecem aproximadamente 95% do mercado global de cortes de gado de criação intensiva, alimentado com milho. A maioria dos outros exportadores, entre eles o Brasil, comercializa principalmente cortes de um tipo de gado mais magro de criação extensiva.

Isso significa que o mercado doméstico dos Estados Unidos pode acabar absorvendo parte da produção local que não foi escoada para outros países, em vez de comprar a carne brasileira ou argentina. Para completar, os Estados Unidos também ocupam o posto de maior importador de carne, gastando cerca de US$ 3 bilhões por ano em cortes tradicionais de outros mercados. "Ainda não se sabe exatamente o que vai acontecer", disse o analista da Alaron Trading em Chicago, Chuck Levitt. "Talvez, os Estados Unidos deixem de comprar carnes da Austrália, do Brasil, da Argentina e de outros países."

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo