União Europeia anuncia reunião com a Turquia sobre crise migratória

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Publicado Sexta, 19 de Fevereiro de 2016 às 08:33, por: CdB

 

Encontro entre líderes europeus e Ancara visa discutir plano de ação conjunta para lidar com fluxo de refugiados

  Por Redação, com DW - de Londres/Berlim:   O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, anunciou nesta sexta-feira, durante reunião de cúpula dos líderes da União Europeia (UE), que o bloco irá realizar um encontro extraordinário com a Turquia, no início de março, para discutir um plano de ação conjunta para lidar com a crise dos refugiados. Após quase dez horas de discussões, Tusk disse que os chefes de Estado e de governo da UE foram unânimes ao concordar que "o plano de ação com a Turquia continua sendo uma prioridade e devemos fazer todo o possível para que tenha êxito".
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Merkel afirma que parceria é prioridade e se diz satisfeita com resultados iniciais de cúpula da UE
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou que "se antes da reunião havia dúvidas sobre a necessidade de cooperar com Turquia, elas foram dissipadas", destacando a unanimidade dos líderes europeus sobre o tema. "Não há alternativa para uma cooperação eficiente e inteligente." A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, afirmou que a conferência deverá ser realizada nos dias 5 ou 7 de março. Ela se disse satisfeita com os resultados do primeiro dia de cúpula. – O fato mais importante para mim é que não apenas reafirmamos o plano de ação entre a UE e a Turquia, mas o estabelecemos como nossa prioridade – exaltou. Merkel explicou que plano de ação consiste em melhoras na proteção das fronteiras externa da UE, além do combate à imigração ilegal e da redução do número de refugiados que chegam ao continente através da Turquia. A estratégia prevê ainda a disponibilização de 3 bilhões de euros por parte da UE para melhorar as condições dos refugiados sírios no território turco. A UE chegou a um acordo sobre o financiamento no início deste mês. Merkel destacou o apoio da Áustria ao plano de ação com a Turquia, apesar da recente decisão de Viena de limitar o número de refugiados que podem ingressar no país por dia. Quanto às medidas anunciadas pelo governo austríaco, Juncker afirmou que os líderes europeus se opõem a tais "ações unilaterais" para lidar com a crise migratória.

Assédio sexual contra refugiadas

A polícia de Colônia iniciou na última quarta-feira investigações sobre supostas agressões sexuais cometidas por agentes de segurança num abrigo emergencial para refugiados na cidade. Os investigadores ouviram dezenas de mulheres na quarta e quinta-feira e disseram que nenhuma delas confirmou as denúncias ou registrou queixa. As denúncias foram feitas na quarta-feira, durante um protesto de cerca de 50 moradores do abrigo diante da sede da autoridade de migração e refugiados da Alemanha (BAMF, na sigla em alemão) em Colônia. Segundo a polícia, dois desconhecidos distribuíram panfletos com as acusações durante a manifestação. Segundo o jornal Kölner Stadt-Anzeiger, as mulheres acusam os agentes de segurança de fotografá-las e filmá-las enquanto tomavam banho ou amamentavam. Eles também as teriam espionado e tentado convencê-las a manter relações sexuais. Os manifestantes também criticaram as condições de higiene e o serviço de atendimento no abrigo. Um diretor da empresa responsável pela segurança disse que estava chocado com as acusações, mas que acredita que elas não se sustentem. No abrigo moram cerca de 200 refugiados. A empresa é responsável pela segurança de 94 abrigos em Colônia. O encarregado de crimes sexuais do governo alemão, Johannes-Wilhelm Rörig, disse acreditar que as denúncias não representam um caso isolado. "Devemos partir do princípio de que agressões sexuais aconteçam em todos os abrigos de refugiados da Alemanha, e isso afeta tanto crianças e jovens como também mulheres", afirmou Rörig ao portal Tagesschau24.
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