A União Européia (UE) decidiu hoje, quinta-feira, proibir as importações de carne bovina do Paraguai, ao constatar “problemas graves” nas medidas de controle e de supervisão da febre aftosa nesse país.
A proposta da Comissão Européia foi adotada pelo Comitê Permanente da Cadeia Alimentar e da Saúde Animal, composto por especialistas dos Quinze.
O Comitê decidiu proibir as importações de carne paraguaia com base nas inspeções feitas no Paraguai pelo Gabinete Alimentar e Veterinário, segundo o qual houve “graves descumprimentos” de controles sanitários relacionados à febre aftosa, afirma um comunicado.
Além disso, foram constatadas “infrações” no funcionamento da autoridade competente e no sistema de fiscalização da carne bovina destinada à UE.
Considerando a epidemia de febre aftosa detectada pela UE no Paraguai em 2001, a Comissão considera essencial enviar “uma mensagem firme” ao Paraguai e a outros países para que respeitem seus compromissos adotando controles reforçados e medidas de confiança.
Até agora, a UE só importava carne das regiões paraguaias onde já estavam sendo adotadas medidas de controle sanitário, uma vez que no restante do país as exportações já estavam proibidas.
Em outubro de 2002, o Paraguai anunciou uma epidemia de febre aftosa em uma região que não estava autorizada a exportar para a Europa e garantiu que adotaria as medidas de controle necessárias, embora, segundo a Comissão, a situação não tenha melhorado.
As últimas inspeções realizadas neste país revelaram que as medidas de controle são insuficientes e inadequadas, principalmente as relativas ao deslocamento de animais entre as regiões autorizadas e as proibidas de exportar.
A proibição estabelecida hoje pelos Quinze será revista quando as autoridades paraguaias apresentarem garantias suficientes de que os problemas detectados foram resolvidos.
O comunicado acrescenta que, antes de reabrir o mercado europeu para a carne paraguaia, deverá ser realizada uma nova inspeção que comprove a ausência de qualquer risco de contaminação.