Três grandes blocos disputam hegemonia política no Rio

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Publicado Quarta, 10 de Setembro de 2003 às 18:49, por: CdB

A cerimônia de filiação de Anthony Garotinho e Rosinha Matheus ao PMDB, que superlotou com dois mil simpatizantes o tradicional teatro João Caetano, no Centro do Rio, foi popular e ruidosa, ao gosto do casal. A entrada da governadora e do secretário de Segurança Pública do Rio no partido de José Sarney e Eunício Oliveira sacramentou o mais importante movimento de um processo em curso de reordenamento de forças na política fluminense. Esse movimento terá reflexos já nas eleições municipais do ano que vem.

Reordenadas as peças, consolida-se a formação de três grandes e fortes blocos políticos que irão disputar a hegemonia eleitoral no Rio de Janeiro pelos próximos anos. O primeiro bloco é comandado pelo revigorado PMDB, unindo de vez os grupos políticos dos Garotinho, do senador Sérgio Cabral Filho e do ex-governador Moreira Franco. Parte do PSB, ainda ligada a Garotinho, pode engrossar esse bloco, que também tenta confirmar a adesão do combalido PDT de Leonel Brizola.

O segundo bloco une o PFL do prefeito César Maia, que tentará a reeleição na capital, e o PSDB do ex-governador Marcello Alencar, que busca voltar a ocupar um espaço relevante. O terceiro bloco é comandado pelo PT e conta com a popularidade e a força do apoio do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar dos pesares, ainda aglutina boa parte da esquerda, como PPS e PCdoB, e vai investir pesado no apoio do PSB. A unidade entre os diversos setores do PT do Rio, no entanto, é bastante mais complicada.

Esquentam as eleições municipais de 2004

A ida do casal Garotinho para o PMDB formalizou uma realidade que já existia, pois foram os deputados estaduais peemedebistas que garantiram governabilidade a Garotinho em seus anos de governo e agora fazem o mesmo com Rosinha. Fiadores desse apoio, ex-desafetos como Moreira Franco e velhos amigos, como Sérgio Cabral Filho, além de uma dupla de deputados com atuação destacada na Assembléia do Rio: Jorge Picciani e Paulo Melo, respectivamente presidente da casa e líder do PMDB na Alerj.

A mudança traz de volta ao centro do picadeiro político outro neopeemedebista: o vice-governador Luiz Paulo Conde, que teve sua tentativa de voltar a Prefeitura do Rio referendada por todos os líderes do PMDB fluminense. Figura conhecida e com baixo índice de rejeição junto aos eleitores, Conde tem tudo para conseguir transferir para si os muitos votos dos Garotinho e de Cabral Filho e desponta desde já como o principal adversário de César Maia em 2004.

Ainda favorito a reeleição, César procurou o ex-governador Marcello Alencar e formalizou o convite para que o PSDB participe com mais força do governo municipal e integre sua chapa ano que vem, indicando o candidato a vice-prefeito. O avalista deste contato é o secretário municipal de Saúde do Rio, Ronaldo Cezar Coelho que, apesar das desavenças passadas com Marcello, conta com a pressão do tucanato paulista para confirmar a aliança com o PFL. Por enquanto, os favoritos para formar chapa com César Maia são os deputados estaduais Otavio Leite e Luiz Paulo Correa da Rocha. Se tiver candidato próprio, como deseja, em princípio, Marcello Alencar, o PSDB deve apostar nas candidaturas do ex-senador Artur da Távola ou da deputada federal Denise Frossard.

Para tentar evitar o segundo turno que se desenha entre César e Conde, o PT aposta no sucesso do governo Lula como principal cabo eleitoral. Com a retomada do crescimento econômico já tendo sido iniciada em meados do ano que vem, como esperam os petistas, a polarização da eleição fará com que Conde e César se anulem e o candidato da esquerda, identificado com o governo federal, chegue ao segundo turno com possibilidades de vitória.

O problema, por enquanto, é definir o candidato petista. A direção do partido, ao que tudo indica, vai optar pela candidatura do deputado federal Jorge Bittar. O nome de Bittar é bom, tem densidade eleitoral e trânsito entre as diversas corren

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