Todos, menos Itamar

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Publicado Segunda, 15 de Outubro de 2001 às 14:06, por: CdB

O governo ainda não desistiu de tentar impedir a candidatura de Itamar à Presidência da República. Uma das manobras seria a de reduzir o colégio eleitoral das prévias, marcadas para janeiro. Se isso vier a ocorrer, seria deflagrada uma grande batalha jurídica que, de acordo com especialistas, chegará no Supremo Tribunal Federal. Se o assunto for levado ao STF, a atual direção do PMDB perderá, pois as eleições prévias foram concebidas para englobar o máximo dos filiados das organizações partidárias. Segundo o estatuto do PMDB, deverão ser ouvidos todos os ocupantes de mandatos partidários. Isso inclui os presidentes dos diretórios estaduais, dos municipais e, até mesmo, dos zonais. Não seria fácil comprar tanta gente. A segunda tática do governo é a de aumentar o número de candidatos: além de Jarbas Vasconcelos, incluiriam outros nomes, como o de Michel Temer. Ora, com a saída de Pedro Simon, que prefere disputar o governo do Rio Grande do Sul, será praticamente impossível derrotar o governador de Minas na escolha prévia de janeiro. Na véspera do encerramento das filiações partidárias, o governo estava certo de que Itamar se irritaria com as declarações desdenhosas de Michel Temer e optaria pelo PDT. Itamar não mordeu a isca: continuou no PMDB, para o desespero de Fernando Henrique Cardoso. O Presidente da República aceita, embora constrangido, a vitória de qualquer um dos candidatos da oposição -desde que não seja a de seu antecessor.

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