Temer e Serra naufragam em mar de lama na delação de Odebrecht

Arquivado em:
Publicado Domingo, 07 de Agosto de 2016 às 11:10, por: CdB

Executivo denuncia que Temer pediu R$ 10 milhões e que chanceler golpista, José Serra, recebeu propina nas obras do Rodoanel e do esquema na Petrobras

 
Por Redação - de Curitiba
  A delação do empresário Marcelo Bahia Odebrecht aos procuradores da Operação Lava Jato, em processamento há 72 horas por técnicos e investigadores federais, na capital paranaense, revela a participação do presidente de facto, Michel Temer, em operações ilícitas do PMDB, nas últimas décadas. O partido recebeu R$ 10 milhões de Odebrecht, a pedido de Temer, segundo a delação em curso, provenientes de dinheiro sujo obtido em contratos fraudulentos com a estatal brasileira do petróleo, Petrobras.
serra-temer.jpg
Serra e Temer estão envolvidos em esquema de propina na Petrobras, segundo delação premiada
A participação de Temer no esquema de corrupção pontua os discursos dos principais líderes da resistência nos 10 dias de atividades culturais e políticas que marcam o Circo da Democracia, montado em Curitiba desde a última sexta-feira. O ato debate “um novo projeto de país”, segundo nota distribuída neste domingo O evento foi idealizado pela articulação Advogados pela Democracia e conta com a participação de mais de 100 entidades e movimentos populares, incluindo a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, além da presença de figuras políticas importantes como a presidenta Dilma Rousseff, o senador Roberto Requião (PMDB) e o pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT). O espaço, com picadeiro e arquibancadas para mil pessoas, está montado na Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba e vai do dia 5 até o dia 15 de agosto. Diante do quadro de profunda crise no governo golpista, a menos de 90 dias após Temer assumir de forma ilegítima a Presidência da República, Dilma garante presença, nesta segunda-feira, às 17h. O presidenciável Ciro Gomes (PDT) e o senador Roberto Requião (PMDB-PR) compareceram ao ato público, neste domingo. A delação de Odebrecht pontuou seus discursos, mas Ciro foi adiante, ao se referir à referida participação do senador José Serra (PSDB-SP) no esquema corrupto. O segundo a cair na malha fina da Lava Jato foi o senador José Serra. O candidato derrotado por Dilma Rousseff, em 2010, já havia deixado pegadas no lodo do escândalo conhecido como ‘Privataria Tucana’ e, dessa vez, foi apontado como beneficiário do dinheiro ilícito apurado nas obras viárias do Rodoanel, pagas por Marcelo Odebrecht. Em sua defesa, disse apenas que nunca autorizou ninguém a falar em seu nome, sem admitir, ou negar, os fatos. Em sua delação premiada, Marcelo Odebrecht detalhou o caminho dos R$ 23 milhões recebidos por Serra durante a campanha presidencial de 2010. Parte dos recursos avaliados, hoje, em R$ 34,5 milhões, decolou de contas no exterior, o que implicaria na cassação do registro do PSDB, uma vez aplicada a Legislação Eleitoral brasileira. Ou pior. Serra poderá ser preso, caso as doações sejam originárias de propina e desvios de recursos públicos da Dersa, a estatal paulista responsável pela construção do Rodoanel, uma vez que a Odebrecht também apontou corrupção na construção do Rodoanel e supostos intermediários de Serra na arrecadação de propinas. Embora o chanceler golpista negue irregularidades e diga que sua campanha captou apenas recursos legais, o executivo afirma dispor dos recibos de pagamentos feitos no exterior. Nesse caso, caberá ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciar Serra e abrir uma nova vaga no ministério de Temer.
Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo