De acordo com a Época, a JBS tem se preparado para entregar uma série de documentos e evidências contra Temer. O material aponta indícios de crimes à PGR, como prova dos ilícitos penais.
Por Redação - de São Paulo
O grupo de alimentos JBS movimentou R$ 1,1 bilhão em propinas entre 2006 e 2017. Isso inclui os pagamentos ao presidente de facto, Michel Temer, e seus interlocutores.
Os repasses de recursos também chegaram a diversos ministros de governo e políticos, afirma a revista Época, um dos títulos das Organizações Globo, em reportagem neste sábado.
Notas frias
As acusações vêm em um momento em que o presidente busca apoio de deputados para uma votação em sessão extraordinária na Câmara. Os congressistas votarão para autorizar, ou não, o Supremo Tribunal Federal (STF) a analisar denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Temer. O crime apontado é de corrupção passiva. A votação está prevista para quarta-feira.
De acordo com a Época, a JBS tem se preparado para entregar uma série de documentos e evidências contra Temer. O material aponta indícios de crimes à PGR, como prova dos ilícitos penais descritos em delação premiada por executivos da companhia.
A revista acrescenta que esses documentos mostram que a JBS teria distribuído R$ 21,7 milhões "a pedido de Michel Temer". Os recursos seguiram "para aliados políticos e amigos em campanhas eleitorais ou fora delas". Segundo a publicação, Temer teria recebido R$ 2,2 milhões com notas frias e R$ 9 milhões de reais em doações oficiais.
Propina
De acordo com a reportagem, o coronel João Baptista Lima, amigo do presidente, também teria recebido um repasse de R$ 1 milhão, em espécie. A propina circulou em setembro de 2014. O dinheiro, segundo a JBS, deveria ir para Temer.
A matéria cita ainda cinco ministros do governo Temer que teriam recebido um total de R$ 46,7 milhões em propinas da JBS. São eles os titulares das pastas de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD); Minas e Energia, Fernando Coelho Filho (PSB); das Cidades, Bruno Araújo (PSB); da Integração Nacional, Helder Barbalho (PMDB); e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Marcos Pereira (PRB).
A lista dos beneficiados com dinheiro da JBS ainda incluiria governadores, senadores e deputados. Incluindo o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), de acordo com Época. Procurados pela reportagem, os políticos negaram as acusações. Temer disse em nota à revista que "jamais ordenou...pagamento a quem quer que seja". E afirmou que as acusações contra ele na delação de executivos da JBS são "uma peça de ficção".