O PMDB finalmente chegou a uma decisão. Escolheu o ministro da Integração Nacional, Ramez Tabet, para ser o candidato à presidência do Senado. Tebet pede exoneração do cargo, ainda nesta quinta-feira, para voltar ao Senado.
A vaga está vazia desde terça-feira, quando Jader Barbalho (PMDB-PA) renunciou ao cargo. A indicação de Tebet recebeu 12 votos na reunião que acabou por volta de 22h30m desta quarta-feira.
O senador gaúcho José Fogaça teve 6 votos; o senador mineiro José Alencar, um; e o senador José Sarney, também um, mas este foi anulado, porque o ex-presidente havia se retirado da sala quando a reunião ainda estava em andamento.
Tempo para se rearticular
O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) conseguiu adiar a votação esta quinta-feira no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do relatório de Romeu Tuma (PFL-SP) e Jefferson Péres (PDT-AM) que pede a abertura de processo de cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar. O relatório só deverá ser votado na próxima quinta-feira.
Jader Barbalho participou da reunião e exigiu que ele fosse ouvido pelo Conselho de Ética, antes da votação do relatório, com base nos direitos constitucionais de ampla defesa. O presidente do Conselho de Ética, Juvêncio da Fonseca (PMDB-MS), indeferiu o pedido de Jader Barbalho alegando que nesta fase de investigação sumária não cabe defesa, pois ainda não foi aberto o processo. Jader recorreu da decisão à Comissão de Constituição e Justiça, já que se trata de matéria constitucional. A análise do pedido de Jader na CCJ é favorável a ele, pois adia a votação do relatório para a próxima semana.
Jader deixou o plenário do Conselho de Ética bastante satisfeito com a decisão de Juvêncio da Fonseca de levar a polêmica para a CCJ. O ex-presidente do Senado argumentou que tem o direito de apresentar defesa mesmo em fase de inquérito. Juvêncio da Fonseca apressou-se em garantir que não estava agindo para adiar a votação e dar mais tempo ao colega peemedebista.
– Esse expediente não é de protelação – disse Juvêncio da Fonseca.
A decisão do presidente do Conselho de Ética irritou oposicionistas e pefelistas. A oposição preferia que Jader fizesse suas colocações contra o relatório de Tuma e Péres ainda hoje. Já os pefelistas pretendiam evitar qualquer pronunciamento de Jader.
O senador Jefferson Péres criticou os colegas que queriam impedir o direito de defesa de Jader Barbalho e também os senadores que pretendiam agir para protelar a votação do relatório contra o colega.
– O que o senador Jader quer é ganhar prazo, ganhar tempo e adiar a votação – criticou o senador Waldeck Ornélas (PFL-BA).