O ministro da Justiça, Tarso Genro, pediu tranqüilidade às lideranças políticas ao lamentar a rejeição pelo Senado da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Ele ressaltou que é necessário respeitar as decisões democráticas.
— É preciso, em primeiro lugar, serenidade. Não tem que radicalizar o ambiente político. O governo tem que dar, e dará, uma demonstração de que estava preparado para receber um não. No processo democrático se ganha e se perde. A oposição fez um movimento forte para bloquear uma iniciativa importante e conseguiu —, afirmou.
O ministro previu danos à população com o fim do imposto. Mas disse depositar confiança nas orientações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para realocar os investimentos para as áreas que deixaram de ser beneficiadas pela CPMF.
— É um prejuízo enorme para o povo brasileiro, porque atinge recursos para as áreas da saúde, das políticas sociais e, provavelmente, da segurança pública. Certamente o presidente vai orientar os ministros do Planejamento [Paulo Bernardo] e da Fazenda [Guido Mantega] para reorganizar as nossas despesas e investimentos no ano que vem —, disse.
Tarso Genro disse que o fim da CPMF além de diminuir os recursos governamentais, alertou que a decisão dos senadores pode comprometer o momento político e econômico do país.
— Nos últimos últimos 10 ou 15 dias nós tivemos notícias sobre descoberta de gás e petróleo, crescimento econômico, distribuição e aumento de renda da população. Acho que a não renovação da CPMF prejudica esse processo —, avaliou.