Talebã promete libertar trabalhadores se EUA pararem com propaganda de guerra

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Publicado Sábado, 06 de Outubro de 2001 às 07:30, por: CdB

O regime Talebã libertará os oito trabalhadores internacionais detidos em Cabul, se os Estados Unidos "pararem com sua propaganda de ação militar contra o povo afegão", segundo declaração do ministro das Relações Exteriores do Afeganistão, Wakil Ahmed Mutawakil, entregue neste sábado à CNN. A declaração diz expressamente que o Talebã libertará os prisioneiros se for suspensa a ameaça de um ataque militar pelos Estados Unidos. A declaração acrescenta que os Estados Unidos podem seguir adiante com a ameça militar, se quiserem, pois o Talebã estará pronto para se defender de ataques. "Catástrofe humanitária" Referindo-se à crescente crise dos refugiados, a declaração do chanceler Mutawakil ressalta que os Estados Unidos não podem continuar intimidando o povo afegão e devem permitir que os refugiados voltem para casa. "As pessoas devem ter condições de retornar a suas casas", diz a declaração. "Elas foram intimidadas, o inverno está chegando e há a possibilidade de uma catástrofe humanitária". A declaração do chanceler afegão representou a primeira vez em que o Talebã relacionou os trabalhadores detidos, e submetidos a julgamento sob a acusação de promoverem o Cristianismo, às pressões dos Estados Unidos para que o Afeganistão entregue Osama bin Laden, considerado o principal suspeito dos atentados que arrasaram o Word Trade Center em Nova York e destuíram uma ala do Pentágono, em Washington. Antes, o juiz que preside o processo havia dito que os trabalhadores - dois norte-americanos, dois australianos e quatro alemães - teriam um julgamento justo e não seriam tratados como prisioneiros políticos. Os trabalhadores estão presos em Cabul desde o início de agosto, sob a acusação de que tentavam converter muçulmanos ao cristianismo. Eles são membros de uma organização de ajuda com base na Alemanha que dava alimentos e alojamento a comunidades desamparadas no Afeganistão. Não há informação sobre o destino dado aos 16 afegãos muçulmanos que trabalhavam com a organização e foram presos junto com os oito estrangeiros. O julgamento foi reiniciado na semana passada, quando o advogado dos oito trabahadores detidos obteve um prazo de até quinze dias para preparar a defesa.

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