"Suspenda imediatamente as sanções civis", propõe embaixador da França

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Publicado Terça, 22 de Abril de 2003 às 14:05, por: CdB

O embaixador da França nas Nações Unidas, Jean-Marc de la Sablière, propôs, nesta terça-feira, que a organização mundial "suspenda imediatamente as sanções civis" contra o Iraque. Em conversa com jornalistas no lado de fora do auditório do Conselho de Segurança, o diplomata também defendeu uma redução gradativa do programa petróleo-por-comida, regulamento pela ONU. O programa, adotado há sete anos como forma de aliviar os efeitos adversos das sanções impostas ao término da Guerra do Golfo, em 1991, permite ao Iraque vender, periodicamente, uma certa quantidade de petróleo e usar a receita na compra de alimentos para os civis. "Sessenta por cento da população iraquiana dependem deste programa... Sem uma transição, haverá uma desestabilização com conseqüências humanitárias", disse o embaixador francês. "Este programa tem que ser ajustado para levar em consideração as novas realidades", acrescentou de la Sablière, ao defender que, com a suspensão das sanções, o Iraque seja autorizado a vender livremente seu petróleo. A prorrogação do programa é revista a cada seis meses pelo Conselho de Segurança da ONU. Sobre as sanções, as resoluções vigentes do Conselho de Segurança determinam que sua revogação só pode ocorrer quando os inspetores da ONU se certificarem de que as armas químicas, nucleares e biológicas do Iraque foram erradicadas. A Rússia, que se aliou à França na oposição à guerra contra o Iraque, adotou posição contrária a respeito das sanções. O embaixador Sergey Lavrov disse que seu país "não é totalmente contra" o fim do embargo, mas ressaltou que Moscou exigirá o cumprimento das resoluções da ONU, isto é, a verificação de que as armas proibidas foram destruídas. Por outro lado, as declarações do embaixador da França corroboram a posição do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que, na semana passada, pediu o fim das sanções contra o Iraque. Em resposta ao apelo do colega de la Sablière, o embaixador norte-americano na ONU, John Negroponte, reiterou: "As sanções têm que ser suspensas o mais rápido possível". Negroponte revelou que os Estados Unidos querem debater a questão com a França e os demais colegas no Conselho de Segurança.

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