Publicado Quarta, 04 de Novembro de 2015 às 08:07, por: CdB
Por Redação, com Reuters - de Juba/Moscou:
Mais um desastre aéreo aconteceu nesta quarta-feira, um avião de carga da Rússia com passageiros a bordo caiu após decolar do aeroporto na capital do Sudão do Sul, matando pelo menos 41 pessoas na aeronave e no solo, disseram uma autoridade e uma testemunha à agência inglesa de notícias Reuters.
Um membro da tripulação e uma criança a bordo sobreviveram, disse o porta-voz presidencial Ateny Wek Ateny à Reuters.
Pouco depois de decolar do aeroporto de Juba, o avião caiu às margens do rio Nilo Branco, deixando um rastro e pedaços da fuselagem espalhados na vegetação perto da água.
O avião poderia ter cerca de 20 pessoas a bordo entre a tripulação e "provavelmente" de 10 a 15 passageiros, disse Ateny, que acrescentou ainda ser preciso confirmar quantas pessoas estavam a bordo.
Destroços do avião de carga russo que caiu após decolagem no aeroporto de Juba, no Sudão do Sul
O porta-voz disse ainda que algumas pessoas morreram no solo, à medida que o avião Antonov caiu próximo de onde pescadores trabalhavam. "Não sabemos o número de pessoas que foram mortas no solo", disse.
Um policial, que não informou seu nome porque não tem autorização para falar com a mídia, disse à Reuters no local que pelo menos 41 pessoas morreram, mas disse que o número poderia subir. A testemunha disse que viu 41 corpos no local.
Anteriormente, a mídia do Sudão do Sul informou que o avião de carga levava cinco tripulantes russos e sete passageiros. A Tribuna do Sudão do Sul relatou no Twitter dois sobreviventes, sendo uma criança.
Desastre aéreo
Sons incomuns foram ouvidos a bordo do avião russo que caiu no Egito no último fim de semana, informou na terça-feira à agência de notícias russa Interfax, citando uma pessoa próxima à investigação no Cairo.
– Antes do desaparecimento do avião dos radares, foram registrados sons que não são característicos de um voo normal – disse a pessoa citada pela agência. Pouco antes teria sido ouvida uma conversa normal entre pilotos e controladores de voo, sem indícios de irregularidades.
Investigadores egípcios começaram nesta terça-feira a analisar as duas caixas-pretas do Airbus A321 da empresa Kogalymavia, que caiu na Península do Sinai no último sábado, causando a morte de todas as 224 pessoas a bordo. O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, disse que a análise deve levar muito tempo.
Sisi: Reivindicação é "propaganda"
Sisi chamou de "propaganda" a reivindicação feita por um grupo ligado ao autoproclamado "Estado Islâmico", que disse ter abatido o avião russo.
– Quando há a propaganda de que caiu por causa do 'Estado Islâmico' é uma forma de prejudicar a estabilidade e segurança do Egito, e a imagem do país – disse Sisi à emissora BBC. A segurança na Península do Sinai está "totalmente sob controle", reiterou.
Um grupo radical egípcio sediado no Sinai e aliado do "Estado Islâmico" reivindicou responsabilidade pela queda do avião, dizendo tê-lo derrubado em resposta à intervenção militar russa na Síria.
O Ministério de Aviação Civil do Egito informou nesta terça-feira que não há fatos para fundamentar afirmações feitas por autoridades russas de que a aeronave se partiu no ar. O porta-voz Mohamed Rahmi confirmou que não houve pedido de socorro antes da queda, que deixou espalhados por mais de 3 quilômetros os destroços do Metrojet Airbus 321.
– Este pode ser um longo processo, e não podemos falar sobre os resultados enquanto continuamos – disse Rahmi.
No entanto, o não recebimento de um pedido de socorro e o fato de os destroços estarem espalhados por uma grande área sugerem, para muitos especialistas, uma queda abrupta. Teorias variam de um ataque a míssil a falhas estruturais.
Flash no céu
Um satélite militar americano detectou um "flash" no céu no momento do incidente com o avião. Mas, segundo o canal CNN, uma análise de inteligência americana descartou que esse flash poderia ter sido provocado por um míssil atingindo a aeronave.
Na terça-feira, a Rússia continuou a transportar para São Petersburgo corpos de vítimas da tragédia. "Faremos esse trabalho todos os dias, até que todos os mortos e seus pertences tenham sido trazidos de volta", disse o vice-presidente da Agência Russa de Proteção Civil, Vladimir Stepanov.
Até o momento, 140 corpos e mais de 100 partes de corpos foram transportados para São Petersburgo em dois aviões do governo russo. Os primeiros dez corpos foram identificados pelas famílias das vítimas na terça-feira. A maioria dos passageiros a bordo do Airbus eram russos que voltavam para casa após férias no Egito.
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