Sociedade civil analisa Fome Zero

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Publicado Quarta, 09 de Abril de 2003 às 07:06, por: CdB

O Governo Lula completou cem dias à frente da presidência do país, elegendo como programa social prioritário o Fome Zero. No mesmo dia, em Fortaleza, Ceará, representantes das pastorais sociais, Comunidades Eclesiais de Base (CEB's), organizações não governamentais, movimentos sociais, povos indígenas, entidades e instituições da sociedade civil reuniram-se no Seminário de Estudo sobre o Programa Fome Zero. O objetivo foi conhecer mais a fundo o Programa e definir, conjuntamente, como participar e fortalecer a articulação pelo combate à fome no Brasil. Após a participação do assessor especial da Presidência da República para o Programa Fome Zero, Frei Betto, durante a manhã, o período da tarde foi dedicado à troca de experiências realizadas pelos participantes, com vistas a discutir como contribuir com um dos objetivos centrais do Programa: o fim da exclusão social no país. Reunidas em grupos, mais de cem pessoas discutiram suas experiências de organização e conscientização popular nas mais diversas áreas. De acordo com a articuladora das Pastorais Sociais no Ceará, Angelita Maciel, há muita desinformação sobre o Programa Fome Zero, mas há muito interesse da sociedade em contribuir por acreditar que se trata de uma política pública viável. Na sua opinião, também compartilhada pelos demais participantes do Encontro, existem ações que há muito vêm sendo realizadas de forma dispersa pelas organizações e entidades populares que devem ser fortalecidas e, sobretudo, articuladas pelo Fome Zero. Percebeu-se, ainda, a necessidade de realização de um mapeamento destas ações, o que deverá ser encaminhado pelo Fórum Cearense de Segurança Alimentar e Nutricional, a fim de organizar os trabalhos em rede e ampliar a troca de informações. Durante as discussões, todos concordaram que o trabalho realizado pelas entidades e movimentos presentes encaixa-se nas ações estruturais previstas no Programa, as quais são voltadas para as causas mais profundas da fome e da pobreza, como a concentração de terras e de renda, o analfabetismo, o êxodo rural etc. Uma das experiências apresentadas foi a do Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza (CDVHS), ONG que desenvolve trabalhos de consumo, crédito e produção solidária, numa região periférica de Fortaleza, que reúne 175 mil habitantes. O trabalho do CDVHS, na opinião de Frei Betto, representa bem o potencial de participação da sociedade civil organizada no Fome Zero.

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