Pelo menos 41 pessoas morreram e cerca de cem ficaram feridas em uma série de explosões registrada na noite desta sexta-feira na cidade de Casablanca, no Marrocos.
Cinco explosões teriam ocorrido em locais diferentes do centro da cidade, a maior do país. Pelo menos três das explosões teriam sido causadas por carros-bomba.
Entre os prédios atingidos pelos atentados estão um centro freqüentado por judeus, um hotel cinco estrelas, o consulado da Bélgica e um restaurante e casa noturna espanhóis.
O ministro do Interior do país, Mustapha Sahel, disse que os ataques levam “a marca do terrorismo internacional” e afirmou que dez suicidas estavam entre os mortos. Testemunhas dizem ter visto os responsáveis pelos ataques com granadas e outros explosivos presos ao seus cintos.
Presos
“Tudo foi muito rápido. Você ouvia as bombas e tudo estava pegando fogo. Havia sangue por toda a parte,” afirmou o morador Rafael Bermudez.
Segundo a agência de notícias marroquina MAP, três pessoas suspeitas de ter relação com os crimes já teriam sido presas. Até o momento, porém, nenhum grupo reivindicou a autoria dos atentados.
Uma porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Joanne Morgan, disse em Washington que nenhum alvo americano havia sido atingido pelas explosões.
O ministro do Exterior Belga, Didier Seeuws, disse a uma agência de notícias belga que o consulado da Bélgica na cidade foi seriamente danificado, e que dois policiais que estavam do lado de fora do prédio foram mortos.
Jornalistas marroquinos ouvidos pela agência de notícias Reuters disseram que o atentado contra o consulado belga poderia, na verdade, ter sido planejado para um restaurante freqüentado por judeus na vizinhança.
Eles disseram que oito pessoas morreram na explosão que atingiu o hotel. Outros dois policiais e um segurança teriam morrido na explosão que atingiu o restaurante e casa noturna espanhol.
“Há pedaços de corpos por toda parte”, disse um jornalista marroquino à BBC, descrevendo o cenário no local.
Arábia Saudita
As explosões ocorreram apenas quatro dias depois de uma série de explosões, provocadas por ativistas suicidas, ter sacudido a Arábia Saudita, matando 34 pessoas.
Nas últimas 24 horas, as autoridades britânicas haviam cancelado todos os vôos de empresas aéreas do país entre a Grã-Bretanha e vários países do leste da África, temendo atos de terrorismo na região.
O Marrocos tem sido um aliado dos Estados Unidos em termos de política externa, mas lamentou que uma saída pacífica não fosse encontrada para evitar a recente ofensiva militar americana contra o Iraque.
Milhares de marroquinos participaram de manifestações contra a guerra, sendo que um protesto apenas teria reunidos cerca de 200 mil pessoas.
Em maio e junho do ano passado, as autoridades do Marrocos prenderam três sauditas e sete marroquinos que teriam ligações com a organização extremista Al-Qaeda, acusada de estar por trás dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.