Situação no QG de Arafat é "horrível", diz porta-voz

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Publicado Domingo, 22 de Setembro de 2002 às 16:45, por: CdB

O negociador-chefe da Autoridade Palestina, Saeb Erakat, declarou neste domingo que "é realmente pavorosa" a situação dentro do complexo administrativo da instituição em Ramallah, na Cisjordânia, onde o presidente palestino Yasser Arafat está há três dias sitiado pelas Forças de Defesa de Israel. O cerco israelense foi deflagrado em resposta a dois atentados suicidas que mataram seis israelenses e um estudante escocês na quinta-feira passada. Erakat informou ter conversado com Arafat pouco depois das 10h (hora local) deste domingo e o líder estava de bom humor, apesar de a água, a energia elétrica e os telefones terem sido cortados e da escassez de alimentos e remédios, segundo autoridades palestinas. Em entrevista à CNN, também neste domingo, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Shimon Peres, garantiu que o objetivo de seu governo não é matar Arafat nem expulsá-lo da Cisjordânia. Peres disse ainda que Arafat tem que mostrar que pode combater o terrorismo ou, então, abrir o caminho para que outros líderes o façam. Palestinos resistem As máquinas de terraplenagem israelenses continuaramm a destruir partes do complexo neste domingo. Erakat informou que o prédio do gabinete de Arafat era o único que continuava de pé, embora sua estrutura esteja muito danificada. Às 9h30 (hora local), as tropas israelenses ordenaram a evacuação do complexo através de alto-falantes. Mas Arafat anunciou que resistirá. Erakat afirmou que o primeiro-ministro israelense Ariel Sharon estava "determinado a levar a questão a um ponto sem retorno", e que este havia se recusado a negociar com os palestinos através de uma terceira parte. Manifestantes palestinos saem às ruas Continuaram neste domingo em Nablus, na Cisjordânia, as manifestações palestinas contra a operação militar israelense em Ramallah. O Crescente Vermelho Palestino relatou que um palestino foi morto a tiros por soldados israelenses em torno do meio-dia. O Exército israelense não confirmou a notícia. No sábado, centenas de manifestantes palestinos já haviam desafiado os toques de recolher na Cisjordânia e na Faixa de Gaza e saído às ruas para expressar apoio a Arafat. De acordo com o Crescente Vermelho Palestino, dois manifestantes foram mortos a tiros em Ramallah, um em Tulkarem e um no campo de refugiados de Balata, perto de Nablus. Pelo menos 25 palestinos ficaram feridos, segundo a mesma fonte. Autoridades militares israelenses afirmaram que seus soldados utilizaram vários métodos para dispersar multidões, incluindo tiros para o alto e disparos na direção das pernas dos manifestantes. Fontes israelenses declararam que seis pessoas foram feridas em Ramallah, e confirmaram as mortes em Tulkarem e no campo de refugiados de Balata.

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