O líder islâmico do Egito criticou o presidente do Iraque por não ter buscado exílio, poupando seu país do trauma de uma invasão. O sheik Muhammad Sayyed Tantawi, grande imã da mesquita Al-Azhar, no Cairo, disse que a opressão do povo iraquiano por Saddam Hussein e as guerras travadas por ele contra o Irã e o Kuwait tinham sido "terrorismo". Mas o homem tido como a mais alta autoridade religiosa dos muçulmanos sunitas também acusou os Estados Unidos e Grã-Bretanha de fazerrem uma "agressão injusta" contra o povo iraquiano. "Quem quer que ataque outros, derramando sangue, ferindo a honra e a terra do outro, é um terrorista", disse o imã, em uma referência à coalizão liderada pelos Estados Unidos. Ataques suicidas O Sheik Tantawi disse que a guerra não era uma cruzada contra o islamismo e condenou Saddam Hussein por não aceitar um pedido dos Emirados Árabes para que ele renunciasse, evitando a guerra. "Se a iniciativa tivesse sido levada adiante, o sangue de muitos muçulmanos teria sido poupado e nós não estaríamos vendo o massacre da população iraquiana", ele disse. "A guerra contra o povo iraquiano tem de parar assim que possível", acrescentou Tantawi durante uma coletiva para a imprensa na mesquita. Embora tenha sido nomeado pelo governo egípcio, o sheik Tantawi é considerado o líder espiritual de 1 bilhão de muçulmanos sunitas - incluindo grupos que apóiam Saddam Hussein. O líder religioso deu sua benção a voluntários que queiram ajudar os iraquianos a lutar contra os invasores, até mesmo aqueles dispostos a fazer ataques suicidas. "Quem quer que queira ir apoiar o povo iraquiano, eu digo que é bem-vindo", disse. "Operações envolvendo mártires para combater forças invasoras são permitidas pela lei islâmica", acrescentou.
Rio de Janeiro, Quinta, 18 de Abril de 2024
Sheik Tantawi critica Saddam por não poupado seu país de uma invasão
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Publicado Domingo, 06 de Abril de 2003 às 05:33, por: CdB
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