Sharon enfrenta nova crise por causa de retirada

Arquivado em:
Publicado Segunda, 13 de Setembro de 2004 às 05:49, por: CdB

O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, que não se abalou com o protesto de dezenas de milhares de pessoas contra seu plano de retirada de Gaza, enfrenta nesta segunda-feira uma votação de um tradicional aliado político que pode sair de sua coalizão.  Se o Partido Nacional Religioso (PNR) decidir deixar o governo, Sharon ficará mais enfraquecido no Parlamento, mas não deverá cair no curto prazo.

- Simpatizantes do plano de desligamento aparentemente têm a maioria no Knesset (parlamento) - disse à Rádio Militar o ministro dos Assuntos Sociais, Zevulun Orlev, usando o termo de Sharon para a retirada de soldados e colonos de Gaza, onde vivem 1,3 milhão de palestinos.

Orlev continuou no governo mesmo depois que dois de seus colegas do PNR saíram do gabinete, em junho, em protesto contra a aprovação inicial do plano de Sharon.

O Comitê Central do PNR deverá votar ainda nesta segunda-feira sobre o rompimento final e a data da medida. O líder do partido, o ex-ministro Effi Eitam, quer um rompimento imediato com o governo.

Sharon controla atualmente 59 das 120 cadeiras do Parlamento e perderá mais quatro votos caso o PNR deixe a coalizão. Mas ele conta com o Partido Trabalhista, o maior da oposição, que apóia a saída de Gaza.

Nesta domingo, dezenas de milhares de oponentes do plano de retirar todos os 21 assentamentos judaicos de Gaza e de quatro dos 120 da Cisjordânia até o final de 2005 se reuniram na Praça Zion, no Centro de Jerusalém.

Testemunhas e a polícia disseram que 70 mil pessoas participaram do protesto. "O governo de Sharon é um governo de destruição", diziam cartazes. Outros chamavam o primeiro-ministro de "ditador".

O gabinete de Sharon deverá debater nesta terça-feira a lei sobre o plano de retirada, incluindo o pagamento de indenização para os colonos removidos de Gaza. Segundo a proposta de lei, que vazou para a mídia israelense nesta segunda-feira, cada família receberia do governo entre 200 mil e 500 mil dólares, de acordo com os custos de moradia nas principais cidades do país.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo