Setor de tecnologia derruba grandes empresas nos EUA

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Publicado Quarta, 16 de Janeiro de 2013 às 10:03, por: CdB
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Na atual temporada de balanços financeiros, o setor de tecnologia dos Estados Unidos vem ocupando uma posição incomum
Na atual temporada de balanços financeiros, o setor de tecnologia dos Estados Unidos vem ocupando uma posição incomum, a de arrastar para baixo os resultados das grandes empresas norte-americanas, em vez de elevá-los. Wall Street antecipa que a receita do setor de tecnologia no quarto trimestre tenha caído em 1,1% sobre um ano antes, a primeira queda desde o terceiro trimestre de 2009, ainda que mantenha projeção de alta para os lucros das empresas que integram o índice S&P 500. As fabricantes de chips devem estar entre as companhias com pior desempenho, diante de vendas de computadores inferiores às esperadas. A demanda internacional fraca e a preocupação quanto à crise fiscal dos EUA também podem estar entre as causas do baixo investimento empresarial em tecnologia. - A falta de crescimento econômico que vimos na Europa, a desaceleração nos mercados emergentes isso colocou pressão considerável, especialmente sobre a tecnologia - disse o vice-presidente de investimento em ações na corretora Charles Schwab, Omar Aguilar, em San Francisco. As ações de tecnologia vêm encontrando dificuldades recentemente e, se a fraqueza se agravar, os números podem prejudicar as projeções que muitos estrategistas têm para o mercado de ações norte-americano em 2013. Mas alguns investidores e analistas dizem que os números fracos do quarto trimestre já foram incorporados aos preços de muitas ações de tecnologia e que seus valores atuais são atraentes. Analistas do Bank of America Merrill Lynch escreveram em nota nesta semana que as ações de tecnologia estão subvalorizadas em cerca de 32%, mais que as de qualquer outro setor, com base na relação preço/lucro projetada atualmente. Todos os setores da tecnologia exceto o de serviços de informática estão sendo negociados bem abaixo de seus níveis históricos de preços, segundo a nota. Na tecnologia, "temos muitas empresas com grandes reservas de caixa negociadas a múltiplos relativamente baratos. Assim, para os investidores que procuram valor, como nós, a situação começa a parecer interessante", disse o vice-presidente de investimento da North Star Investment Management, Eric Kuby, em Chicago. É incomum que a tecnologia, o maior dos 10 setores no Standard & Poor's 500, respondendo por quase 23% das receitas totais do índice, apresente desempenho ruim. A tecnologia está na metade superior dos setores do S&P nos quatro últimos períodos de anúncio de resultados, e apresentou crescimento de lucro superior à média do mercado em 83%  das temporadas, nos últimos 10 anos, de acordo com dados da agência inglesa de notícias Reuters. A Apple em geral oferece um dos maiores empuxos à receita das grandes empresas norte-americanas, mas desta vez seu lucro no quarto trimestre deve cair em 3,8%  sobre o do ano anterior, o que se compara a uma média de alta de lucro de 1,8%  para o S&P 500, segundo à agência inglesa de notícias Reuters. A Apple só não atingiu as projeções de receita de analistas quatro vezes nos últimos dez anos, duas delas nas mais recentes temporadas de resultados. Suas ações voltaram a cair esta semana, após notícias de que a empresa reduziu pedidos de componentes em função de demanda menor que a esperada pelo iPhone 5. Mas mesmo as ações da Apple, que caíram abaixo dos US$500 na segunda-feira pela primeira vez, começam a parecer mais atraentes para os investidores em valor. INTEL dá a largada A maioria das empresas de tecnologia só começará a divulgar resultados na semana que vem, mas a Intel deve anunciar seus números na quinta-feira. Entre os subsetores da tecnologia, as 13 companhias de semicondutores devem ter queda média de lucro trimestral da ordem de 28,4%, enquanto as quatro fabricantes de equipamento para produção de semicondutores devem ver queda de 50,7%, de acordo com à agência inglesa de notícias Reuters. A Texas Instruments está entre as fabricantes de chips que lançaram alertas no quarto trimestre, assim como a Applied Materials. A Texas Instruments, que reduziu sua projeção de lucro em dezembro, mencionou provisões para custos de reestruturação como causa. O setor de tecnologia do S&P 500 subiu 13,2%  em 2012, acompanhando os 13,4% da média do S&P 500 em geral, mas as ações de tecnologia vêm apresentando desempenho fraco desde setembro, de acordo com um indicador. O fundo de tecnologia SPDR ETF, da XLK, fechou o trimestre passado com perda de 6,1%, ante queda de apenas 1%  no S&P 500. - O S&P 500 atingiu o pico na metade de setembro, recuou e já está de novo bem perto daquele pico de setembro. Em contraste, o fundo da XLK não está nem perto de recuperar seu valor de setembro - disse o co-fundador e vice-presidente de estratégia da miAnalysis, Chris Burba, de Nova York.
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