Servidores da Petrobras iniciam paralisação em quatro Estados do país

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Publicado Quinta, 29 de Outubro de 2015 às 10:08, por: CdB
Por Redação, com Reuters e ABr - de São Paulo/Brasília: Trabalhadores da Petrobras, iniciou nesta quinta-feira uma paralisação da categoria. Além da reivindicação de 10% de aumento real (acima da inflação), os servidores protestam contra o plano de venda de ativos e retração dos investimentos da empresa. – Comparado com outras petrolíferas, a gente tem uma taxa de lucro muito grande. Não é possível que, usando a questão da crise e da dívida da Petrobras, justifiquem a venda da empresa por valores irrisório, disse a diretora do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista, Fabíola Calefi. No dia 23 deste mês, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a venda de 49% das ações da Petrobras Gás (Gaspetro) para a Mitsui Gás e Energia do Brasil por R$ 1,9 bilhão. A venda de ativos e a redução de investimentos faz parte do plano da empresa para reduzir o nível de endividamento.
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Trabalhadores da Petrobras em seis Estados iniciaram greve
A FNP considera a estratégia equivocada. Segundo Fabíola Calef, com o dólar em alta e o preço do barril de petróleo em baixa, não é um bom momento para a petroleira tentar reduzir o patamar de endividamento. “A gente acha que dívida, como em qualquer outra empresa, se contraí para investimentos e aumento da produtividade e tem de ser trabalhada a longo prazo.” Em São Paulo, o sindicato estima que houve adesão total à paralisação na Transpetro do Alemoa, em Santos, e na unidade de São Sebastião, ambas no litoral paulista. Na unidade do Valongo, também em Santos, o sindicato informou que cerca de 70% dos funcionários da área administrativa pararam as atividades. Na Refinaria Presidente Bernardes, interior do Estado, o balanço é de que 60% dos trabalhadores dos setores administrativos aderiram ao movimento, enquanto o restante das atividades foi totalmente interrompido. De acordo com o sindicato, no Rio de Janeiro a paralisação atingiu o Terminal Angra dos Reis e a Termoelétrica Barbosa Lima Sobrinho, em Seropédica. Na sede da Transpetro, ocorreu, segundo o Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro, uma paralisação de duas horas, das 7h às 9h. A interrupção do trabalho por duas horas também foi a opção de mobilização dos trabalhadores da unidade de óleo e gás em Pilar, Alagoas. Em Sergipe, os funcionários da empresa também paralisaram as atividades. A FNP representa 45% da força de trabalho da Petrobras. A Federação Única dos Petroleiros (FUP), com 14 sindicatos filiados, não aderiu ao movimento. A FUP também tem criticado a venda de ativos da empresa e iniciou mobilização para um movimento grevista. Procurada pela reportagem da Agência Brasil, a Petrobras não retornou o contato até a publicação da matéria. No mês passado, a greve dos petroleiros foi parcial e atingiu cinco sindicados, ligados à Frente Nacional dos Petroleiros (FNP), dos 17 que representam a categoria. Os outros 12 sindicatos ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) não aderiram ao movimento. A assessoria de imprensa da FNP admitiu que o movimento não chega a afetar as principais atividades da companhia, já que os sindicalistas ligados à FUP são maioria e estão lotados nas bases operacionais de peso da companhia, aí incluídas as principais refinarias e unidades de produção. Os cinco sindicatos ligados à FNP somam cerca de 40% a 45% dos funcionários da estatal, o equivalente a cerca de 40 mil trabalhadores. “A paralisação maior ocorreu no Terminal da Transpetro em Bélem e também no Terminal da Baía de Guanabara (Tebig), na Ilha do Governador, subúrbio do Rio de Janeiro, no dia 23 de setembro”. O movimento foi esporádico, com paralisações de cerca de duas horas, em bases do Rio de Janeiro, do Litoral Paulista, do sindicato de Alagoas/Sergipe e do Amazonas, que englobou as bases do Pará, Maranhão, Amapá e Amazonas. Segundo o Sindicato, a greve foi motivada por uma “verdadeira tentativa de retrocesso (por parte da Petrobras) nos direitos constantes do Acordo Coletivo de Trabalho da categoria, somada à venda de ativos e ao desmonte da estatal”. Entre as principais reivindicações dos petroleiros estão a suspensão do Plano de Desinvestimento, que prevê a venda de ativos da estatal e de algumas subsidiárias; retomada das obras e não fechamento de postos de trabalho; 18% de aumento real no salário base; garantia, nos contratos, de licença maternidade de seis meses e auxílio creche para os terceirizados; além de redução da carga horária para pais e mães com crianças com necessidades especiais.

Manifestação de servidores

Manifestação de servidores do Distrito Federal (DF) em greve terminou em confronto com a polícia na quarta-feira à noite, Dia do Servidor Público. A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) confirmou a prisão por desacato de pelo menos 11 manifestantes. Eles foram encaminhados para a 1ª Delegacia de Polícia, no centro da capital. O Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) informou que houve excesso da polícia e que advogados do sindicato já estavam na delegacia. O protesto começou por volta das 17h no fim do Eixão Sul e Norte, que cruza o Plano Piloto, região central da capital, e dá acesso às regiões administrativas e Entorno. De acordo com a PMDF, cerca de 200 manifestantes bloquearam a via em horário de pico. Além das prisões, dois carros foram recolhidos pelos policiais. – Alguns professores já estavam terminando o ato quando os policiais começaram a atirar [balas de borracha]. Temos vídeo de um profesor sentado e o policial gritando com ele – disse o diretor do Sinpro-DF Cláudio Antunes. Segundo ele, além dos professores, participaram do ato outras categorias que também estão paradas no DF. Os professores da rede pública do DF estão em greve desde o dia 15, Dia do Professor, por causa do não pagamento da última das seis parcelas do reajuste aprovado pelo governo local em 2013. O Governo do Distrito Federal (GDF) confirmou que o pagamento não foi feito e afirmou que não tem recursos para atender os professores. No dia 20 deste mês, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) decretou a ilegalidade da greve e estabeleceu multa de R$ 400 mil por dia paralisado. O Sinpro-DF informou que irá recorrer da decisão. Entre os presos está um dos diretores do Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal. Em solidariedade ao sindicalista e aos demais presos, motoristas e trocadores fizeram uma paralisação relâmpago na Rodoviária de Brasília. Os ônibus estão parados, mas não houve confronto entre rodoviários e a polícia. O protesto dos rodoviários foi encerrado por volta das 20h30, após a confirmação de que o sindicalista e os 11 manifestante presos foram soltos.    
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