Serra frustra quem esperava discurso-bomba e Lula faz duras críticas a FHC

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Publicado Domingo, 20 de Outubro de 2002 às 19:59, por: CdB

Candidatos à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Serra (PSDB) ocuparam o horário nobre da TV brasileira, neste domingo, para fazer seus pronunciamentos à nação, a uma semana para o segundo turno das eleições. O discurso anunciado ao longo da semana por Serra, como uma grande surpresa, pressupôs que um governo petista se transformará em um "estelionato eleitoral" ou levará o Brasil à ruína. Lula, que ocupou quase que todos os seus 10 minutos de tempo para criticar o governo e seu adversário, deixou de lado o estilo "Lulinha paz e amor". Serra, durante toda a semana, anunciou um pronunciamento. Aguardavam-se não só críticas ao petista, mas denúncias, que foram logo desmentidas pela equipe tucana. Mas, o que os serristas não esperavam é que Lula também faria um pronunciamento hoje, criticando a atuação econômica dos oitos anos do governo Fernando Henrique Cardoso. Antes de falar, Lula mostrou seu encontro com empresários, sindicalistas, banqueiros e ONG's nesta semana, que cuidou do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social que o petista quer criar, caso eleito. Depois, Lula em seu pronunciamento criticou o governo FHC. "Estamos em uma crise séria, mas que foi inegavelmente agravada depois de oito anos". Segundo o petista, esta "crise" foi agravada pelas privatizações. "O atual governo vendeu 76% do patrimônio do Brasil com essas absurdas privatizações". Lula também as associou com a alta do dólar, dos juros altos e da inflação, que segundo ele, "já está aí". "Essa é a mais absoluta verdade sobre a economia brasileira. Quem falar ao contrário estará enganando você", disse Lula em seguida. O petista também atacou Serra. "Se ele sabe como resolver a crise, porque ele não fez isso antes, pois é uma das pessoas mais influentes e foi até ministro do Planejamento e um dos responsáveis pelas privatizações." No final do seu discurso, Lula disse que já tem "grandes economistas", além de empresários e sindicalistas do seu lado. "Não sou um homem só e não vou governar o Brasil sozinho. Se ess é um país de todos, todos serão convocados", disse o petista, referindo-se a FHC, que segundo ele, não chamou empresários e trabalhadores para discutir durante seus dois mandatos. Já Serra abriu seu programa com a música "Serra-lá" uma paródia à música petista da campanha de 89. Em seguida, mostrou uma comparação sua com a de Lula, mostrando o que os dois fizeram pelo Brasil. Em seguida, abriu o seu pronunciamento. Serra criticou Lula e pediu para os eleitores compararem os dois candidatos. "você já sabe que eu sou claro, que sou eu e o que pretendo fazer com o país. De mim você sabe o que esperar", diz o tucano. Na TV, ele também diz que vai avançar em saúde e educação, além de aumentar o salário mínimo para R$ 300 mais a inflação do período. "O governo federal vai trabalhar com os Estados na luta contra o crime", disse depois Serra, que também prometeu mexer na Constituição para reformular as leis. Ele também disse que vai intervir nos Estados, caso estes não estejam tratando bem a área da segurança. Depois Serra disse não vai mudar três pontos: controle da inflação, responsabilidade fiscal e credibilidade com investidores. "Tenho sido claro como vou fazer, mas não vejo isso no meu adversário", disse Serra, pregando uma "mudança segura", no seu entender. O tucano também associou a Lula uma possível "volta da super-inflação", além de falar que ele está "comprometido com o atraso", ao citar (sem nomes) suas alianças. Para finalizar, ele disse, como "candidato e cidadão" que Lula faz um discurso para os empresários e outro para o povo, dizendo que isso ou "vai levar ao estelionato eleitoral" ou "o povo à ruína".

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