Segurança: clima é 'terrível e absurdo', diz presidente do Condepe

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Publicado Quinta, 01 de Novembro de 2012 às 15:47, por: CdB
Segurança: clima é 'terrível e absurdo', diz presidente do Condepe

Por: Redação da Rede Brasil Atual

Publicado em 01/11/2012, 19:43

Última atualização às 19:43

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São Paulo – A guerra entre a Polícia Militar e a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) se agrava dia a dia. Como os dados sobre civis mortos não são divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do governo estadual, trabalha-se com estimativas, segundo as quais, mais de 3 mil civis morreram assassinados no Estado de São Paulo em 2012, sendo quase mil na capital. Na madrugada de hoje (1°), pelo menos mais cinco pessoas morreram, dois eram policiais.

Um Guarda Civil Municipal da zona sul da capital ouvido pela RBA, e que pediu anonimato, disse que os toques de recolher existem e estão se intensificando. Segundo ele, a operação na favela de Paraisópolis era esperada com antecedência pelos moradores e a ação desencadeada no dia 29 é midiática.

O guarda civil afirmou também que os PMs que estão sendo mortos seriam policiais envolvidos com corrupção e seus assassinatos decorrentes de acertos de contas. Os chamados toques de recolher seriam em muitos casos impostos por grupos de extermínio formados à sombra da PM, e não pelo PCC. A RBA apurou que em Santo André, na região do ABC paulista, houve toque de recolher esta semana. 

Para o presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Ivan Seixas, a situação chegou a um ponto em que parece fora de controle. "Há uma sensação de descalabro tão grande que já não se sabe mais o que acontece." Na sua visão, um aspecto é inquestionável na crise: "é uma guerra particular entre a Polícia Militar e o PCC e quem está pagando o pato é a população. Há uma quantidade muito grande de pessoas sendo mortas, não necessariamente da PM, não necessariamente do PCC". 

Seixas considera o clima de instabilidade "terrível e absurdo". "O estado, que deveria proteger a população, cria um clima de pânico, e as pessoas têm medo de sair à rua." De acordo com o presidente do Condepe, cinco pessoas por dia, em média, estão sendo mortas em São Paulo. "Não é por desavença pessoal, briga, é uma coisa predeterminada, é execução", diz. "O que está acontecendo é isso: o Estado resolveu fazer uma guerra em que as pessoas são mortas. Simplesmente isso. O Estado não é mantido para matar pessoas", protesta Seixas.

Para piorar a situação, não existe diálogo entre governo de Geraldo Alckmin (PSDB) e a sociedade civil. "Com o Condepe não existe. Se nem o governo federal consegue um canal de diálogo com o governo do Estado, imagine se o Alckmin vai ouvir a opinião do Condepe. Não há diálogo com a sociedade, esse é o problema”, afirma Ivan Seixas.

 

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