SE: governador é favorável a direito de greve

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Publicado Segunda, 21 de Maio de 2007 às 07:57, por: CdB

Oriundo dos movimentos sociais e acostumado a participar das greves apoiadas pelos militantes petistas, o governador de Sergipe, Marcelo Deda (PT), disse concordar com o projeto de lei da presidência da República que regulamenta o direito de greve no serviço público. Ele enfrenta uma grave crise com várias categoriais de servidores públicos. A insatisfação do funcionalismo se deu após o anúncio do reajuste salarial de 2,96%, provocando uma série de manifestações, inclusive com a paralisação de serviços.

- A preocupação do presidente Lula é justa, e essa preocupação não pode se transformar numa proibição da greve, mas em instrumentos democráticos adequados para garantir o direito do servidor de fazer a greve, mas proteger o interesse da sociedade de ter acesso a serviços públicos indispensáveis - opinou o petista.

As categorias mais insatisfeitas no Estado são os professores e os policiais civis. Ambas já paralisaram as atividades de forma temporária. Os professores não deram aula na quinta e sexta-feira da semana passada. Essa semana é a vez dos policiais voltarem a realizar uma operação padrão nas delegacias, atendendo apenas as ocorrências mais graves. Nesta segunda, o magistério realiza assembléia e pode decidir por uma greve por tempo indeterminado.

- Não posso deixar que aconteça uma greve na segurança pública, por exemplo. Vão me obrigar a tomar decisões de força, usar a lei, vou ter audiência com o ministro da Justiça, vou me preparar, porque não posso abandonar o meu Estado. Peço que não radicalizem, porque até agora o governador não radicalizou - apelou Déda.

Déda avisou que, como governador de Sergipe, não pode ver as escolas nem as delegacias fechadas. - Dessa forma, vou ser obrigado, até por um dever constitucional, a usar os instrumentos que a lei me faculta pra garantir a prestação de serviços ao povo sergipano - disse.

De acordo com ele, é preciso que os servidores reflitam porque, em alguns momentos, as greves não são feitas contra o governador, contra o prefeito ou contra o presidente, mas contra o aposentado, as crianças que ficam sem escola, os cidadãos que ficam sem saúde, contra aqueles que pagam impostos e que precisam ter os serviços prestados.

O governador pediu paciência aos servidores e garantiu que não havia como garantir um percentual maior de reajuste. Ele criticou a reivindicação dos professores de um aumento de 31%. - Nenhum pai de família consciente é capaz de defender que o Estado pode pagar esse reajuste. Essa greve não tem razão de ser porque eu não tenho como pagar. Vai ser uma greve de quatro anos, uma greve eterna? - questionou.

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