A pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Arave, a Sars, continua a fazer vítimas fatais na Ásia.
Segundo as estimativas mais recentes, cinco pessoas morreram na China e outras quatro em Hong Kong, em decorrência da doença.
Até o momento, a doença já matou 643 pessoas em todo mundo e infectou mais de 7,8 mil pessoas – predominantemente na Ásia – desde que ela foi registrada pela primeira vez no sul da China, em novembro.
Em Taiwan, um número recorde de novos casos foi registrado: 34, apenas no fim de semana.
Demissões
A disseminação da doença no país já fez com que diversos funcionários do serviço de saúde local pedissem demissão, agravando ainda mais a situação.
Uma representante do Hospital Chang Gung, na cidade de Kahosiung – a segunda maior de Taiwan – disseram que 124 funcionários haviam se demitido na semana passada, após médicos, enfermeiras e pacientes do hospital terem se infectado com a doença.
No Hospital Municipal Hoping, de Taipei, 20 empregados se demitiram após terem cumprido um período de quarentena.
O presidente de Taiwan, Chen Shui-bian, que apareceu em público usando uma máscara cirúrgica pela primeira vez, na abertura do primeiro hospital do país dedicado à doença, fez um discurso louvando o papel de funcionários da área de saúde.
– Sem a defesa exercida pelos trabalhadores da área médica nesta frente de batalha, a síndrome irá engolir Taiwan inteira – afirmou.
Por causa da gravidade da atual crise, a assembléia anual da Organização Mundial de Saúde (OMS), que está sendo realizada em Genebra, na Suíça, deve ser dominada por discussões ligadas à pneumonia atípica.
Epidemologistas de 16 regiões atingidas pela doença concordam que a pneumonia está sendo controlada, ainda que haja países onde a situação é crítica, como China e Taiwan.
No domingo, quatro mortes causadas pela doença foram registradas em Taiwan. Nesta segunda, outras cinco pessoas morreram na China em decorrência da pneumonia, elevando o número de vítimas fatais no país para 289.
A China vem recebendo críticas internacionais por ter ocultado o número de vítimas da doença no país.
O representante da OMS em Beijing, Bob Dietz, disse à agência de noticias AFP que está cético em relação à suposta queda de casos divulgada pelo governo da China recentemente.
Segundo autoridades chinesas, nesta segunda-feira o número de novos casos foi de apenas 12 – Há dez dias, a média diária de novos casos era de 100 por dia.
Vã esperança
Em Cingapura, que possui o mais alto índice de mortalidade ligado à doença, autoridades locais esperavam ver o país oficialmente retirado da lista de países em que a doença vem se manifestando. Mas isso não aconteceu. No domingo, foi registrado o primeiro novo caso da pneumonia atípica em 20 dias.
Como a doença deve ser o tema dominante do congresso da OMS, deve haver também tensões políticas quanto à presença de Taiwan como país observador.
A China, que considera Taiwan uma “província rebelde” deve protestar contra o status obtido por Taiwan.
Mas o representante dos serviços de saúde dos Estados Unidos na reunião da OMS, Tommy Thompson, defende a participação de Taiwan.
– É bom para todos os países, sejam eles pequenos, grandes, em desenvolvimento ou desenvolvidos, obter o máximo possível de informações sobre esta doença o mais rápido possível. Por isso, Taiwan precisa ter o status de observador – disse o representante americano.