A pacifista e ex-senadora Piedad Córdoba anunciou, nesta quinta-feira (5), que o governo colombiano não cumpriu a sua promessa de autorizar o grupo de Mulheres pela Paz a visitar os presos políticos nas prisões do país. A integrante do Movimento Mulheres Pela Paz, Socorro Gomes, declarou por telefone, com exclusividade para o Vermelho, que a negativa “é uma quebra da palavra, e revela que o governo colombiano não é um interlocutor confiável”.
Córdoba esclareceu que na última sexta-feira (30), foi realizada uma reunião com o ministro da Justiça, Juan Carlos Esguerra, na qual ficou indicado que a visita às prisões poderia ser efetuada após a libertação dos últimos uniformizados em poder da guerrilha, tal como anunciado pela insurgência.
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O processo de libertação ocorreu na última segunda-feira (2). As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) liberaram unilateralmente os 10 últimos prisioneiros de guerra que mantinham em seu poder. Participaram do processo o grupo Colombianos e Colombianas pela Paz, liderado por Córdoba, o governo do Brasil, a Cruz Vermelha e o grupo de ativistas internacionais Mulheres do Mundo pela Paz.
Córdoba revelou também que o presidente Juan Manuel Santos manteve uma conversa com o representante da Câmara, Iván Cepeda, a respeito. Santos prometeu então que a visita ocorreria a partir de um protocolo de confidencialidade.
Mulheres pela Paz
Córdoba lembrou que o grupo Mulheres pela Paz chegou à Colômbia não apenas para acompanhar o processo de libertações, mas também para visitar os presos políticos, status que o governo insiste em desconhecer. “Não foi cumprido o que foi acordado”, sublinhou a ex-senadora.
A presidente do Conselho Mundial da Paz e do Cebrapaz, Socorro Gomes, que está desde segunda-feira (2) acompanhando o processo de libertação dos sequestrados pelas Farc, foi taxativa sobre a atitude de Santos “é uma demonstração de que ele não quer a paz, nem o diálogo. Ele quer, na verdade, esmagar a guerrilha. Está empenhado em uma operação de cerco e aniquilamento da insurgência”.
Sobre o futuro, ela pondera que “esse não é um bom caminho porque não há solução militar para o conflito colombiano. A solução só pode ser política”.
Como uma das integrantes da comissão, Socorro ressaltou que a atitude frustrou a expectativa dos ativistas internacionais. “O que ele [Santos] quer esconder? Por que não podemos fazer as visitas? Há ou não há violação de direitos humanos nas prisões da Colômbia?”, questiona.
Da Redação com informações da Prensa Latina
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