Saddam ameaça parar destruição de mísseis se EUA iniciarem ataque

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Publicado Domingo, 02 de Março de 2003 às 12:48, por: CdB

Amer al-Saadi, assessor do presidente Saddam Hussein para assuntos científicos, indicou neste domingo que o Iraque poderia interromper a destruição dos mísseis Al Samoud 2 se os Estados Unidos sinalizarem que atacarão. "Se ficar claro neste mês que os norte-americanos não seguirão pelo caminho legal, então por que nós devemos continuar?", declarou Al-Saadi, durante uma entrevista coletiva em Bagdad, em que anunciou a destruição de mais seis mísseis. Obedecendo à determinação do chefe dos inspetores de armas das Nações Unidas, Hans Blix, que havia estipulado o prazo de 1 de março, o Iraque começou a destruir seus mísseis Al Samoud 2 no sábado. Até o momento 10 dessas armas e uma câmara de fundição usada para sua fabricação já foram destruídos, segundo Al-Saadi. A ONU estima que o Iraque possua 120 Al Samoud 2 e, de acordo com Demetrius Perricos, o vice de Blix, sua destruição pode levar semanas. "Como vocês podem ver, há uma cooperação ativa do lado iraquiano", afirmou Al-Saadi. "Praticamente todas as áreas de preocupação da Comissão de Monitoração, Verificação e Inspeção da ONU (Unmovic) e temas de questões de desarmamento remanescentes foram abordados". "Nós esperamos que isso seja satisfatório para a Unmovic", acrescentou. Al-Saadi argumentou que não permitiu que a destruição dos mísseis fosse filmada ou fotografada - apesar do potencial impacto positivo de tais imagens na opinião pública mundial - porque poderiam ser vistas como uma humilhação muito grande pelo povo iraquiano. "É muito duro, inaceitável. Por essa razão não divulgamos imagens", disse. Al-Saadi também observou que o processo de inspeções da ONU é mais barato do que uma guerra para desarmar o Iraque. "A Unmovic custa 80 milhões de dólares por ano. Uma guerra custaria 80 bilhões de dólares, mais o derramamento de sangue nos dois lados", ressaltou. "O desarmamento pacífico não custaria nada para o contribuinte norte-americano porque é o programa 'petróleo-por-alimentos' iraquiano que financia a Unmovic". Pelo programa 'petróleo-por-alimento' estabelecido pelas Nações Unidas, a receita gerada pela exportação de petróleo iraquiano é usada para a importação pelo país de alimentos, itens de ajuda humanitária e o pagamento de obrigações iraquianas relativas à Guerra do Golfo, de 1991.

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