Saboreando a vitória, republicanos decidem agenda

Arquivado em:
Publicado Quarta, 06 de Novembro de 2002 às 22:40, por: CdB

Os republicanos começaram a fazer planos para a seguir com a agenda de corte de impostos, organização de um plano nacional de energia, criação de um amplo departamento de segurança interna e confirmação dos juízes conservadores enquanto saboreavam a vitória que garantiu controle completo da capital. A ressurreição republicana aconteceu depois de uma eleição que viu o partido do presidente Bush desprezar tendências históricas e ampliar o controle da Câmara além de conquistar o Senado. Os senadores republicanos derrotaram três democratas e mantiveram quase todas as suas cadeiras, assegurando pelo menos uma maioria com 51 assentos. A mudança no poder teve profundas implicações para as políticas do governo e para a próxima eleição presidencial, com Bush fortalecido e os democratas desordenados. Os resultados significaram uma derrota para as aspirações presidenciais de Tom Daschle, da Dakota do Sul, que novamente se torna o líder da minoria no Senado, e de Richard A. Gephardt, líder da minoria na Câmara. Segundo um assessor, Gephardt decidiu, hoje, não concorrer à reeleição para a liderança da minoria no Congresso, um passo que lhe permite ter posição independente nas discussões. Dois democratas já haviam pedido publicamente que não concorresse e uma disputa pela liderança já estava encaminhada, entre Nancy Pelosi, da Califórnia, e Martin Frost, do Texas. O controle republicano do Senado foi selado quando o senador Jean Carnahan, de Missouri, admitiu a derrota no começo da manhã de quarta-feira. O ex-vice-presidente, Walter F. Mondale, chamado no último minuto para o lugar do senador Paul Wellstone, de Minnesota, que morreu num acidente de avião em 25 de outubro, também não foi eleito. E a senadora Mary Landrieu, democrata da Louisiana, foi forçada a defender seu posto numa segunda eleição que ocorrerá em dezembro. Trent Lott, republicano do Mississipi, já estava pronto para reclamar a liderança da maioria no Senado 17 meses após ter perdido o poder inesperadamente quando o senador James M. Jeffords, de Vermont, tornou-se um independente. Lott fazia planos para a sessão, na próxima semana, no Congresso que se despede, e para o 108o Congresso, que será empossado em janeiro. Bush, que colocou seu prestígio à prova ao fazer campanha intensa pelos republicanos, foi creditado pelos dois partidos como o fornecedor de energia e da popularidade pessoal que levaram seu partido à vitória, fortalecendo sua própria posição em direção à eleição presidencial de 2004. O porta-voz do presidente, Ari Fleischer, descreveu o resultado da votação, que surpreendeu muitos republicanos, como uma afirmação de que os americanos queriam pôr fim ao engarrafamento em Washington. "Eu acho que o que democratas, republicanos, independentes e mesmo as pessoas que não ligam para política querem de Washington são líderes que vêm para a capital a fim de fazer", disse ele. "E essa é a parte de Washington que o presidente quer ampliar". Ele disse que Bush iria "lutar por suas idéias e por seus princípios", colocando um foco especial na fraca economia e na segurança interna. O próprio Bush resolveu não falar publicamente, na quarta-feira, sobre os resultados, um silêncio que Fleisher caracterizou como "um toque de graça". Seguindo seu exemplo, os republicanos do Congresso escolhiam suas palavras cuidadosamente e evitavam os tons de vitória de 1994, quando conseguiram o controle da Câmara e do Senado.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo