Rússia pode usar poder de veto contra ataque aos iraquianos

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Publicado Terça, 04 de Março de 2003 às 14:53, por: CdB

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Igor Ivanov, disse nesta terça-feira que o país não está descartando a possibilidade de usar seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU contra um ataque ao Iraque. "Se a situação pedir, é claro que a Rússia vai usar seu poder de veto", disse Ivanov, em entrevista exclusiva ao programa Talking Point, em que respondeu a perguntas de internautas da BBC. A resposta foi dada na seqüência de uma pergunta feita pelo internauta brasileiro Diogo Pereira. Ivanov está em Londres, onde se reuniu com o ministro do Exterior britânico, Jack Straw, para discutir, entre outros assuntos, a posição da Rússia sobre uma nova resolução do Conselho de Segurança da ONU, autorizando o uso da força contra o Iraque. Inspeções Mas, em uma entrevista coletiva concedida pelos dois ministros após a reunião, Ivanov e Straw disseram que o poder de veto russo não foi discutido. Ivanov disse que espera que o uso de vetos e abstenções possa ser evitado com negociações, como aconteceu em resoluções passadas. O ministro russo voltou a dizer que não acredita que a Resolução 1441 da ONU autorize o uso da força contra o Iraque. Ele afirmou que espera que os chefes dos inspetores de armas da ONU, Hans Blix e Mohammed ElBaradei, divulguem um relatório ainda nesta semana estabelecendo um cronograma para o futuro das inspeções. Em seguida, Straw também reafirmou a posição britânica, contrária à da Rússia, de que a Resolução 1441 permite um ataque ao país de Saddam Hussein. Os dois ministros falaram ainda sobre o conflito entre israelenses e palestinos e disseram que continuam comprometidos com a resolução da crise. Diplomacia A Rússia, a França e a Alemanha defendem que as inspeções de armas continuem pelo menos até junho. A Grã-Bretanha, os Estados Unidos e a Espanha pedem que uma nova resolução autorizando a guerra seja aprovada o mais rápido possível. A Rússia é um dos cinco membros permanentes do Conselho de Seguraça - ao lado de Estados Unidos, Grã-retanha, França e China - que têm direito a veto. Mas, de acordo com analistas, o país não deve tomar nenhuma decisão que possa prejudicar as relações com os Estados Unidos ou a autoridade da ONU. Ivanov disse que a Rússia vem fazendo grandes esforços para assegurar a unanimidade no Conselho de Segurança. "No passado, o Iraque explorou as diferenças do Conselho de Segurança. Unidade é a melhor garantia para resolver o problema do Iraque", afirmou. O ministro negou que a posição da Rússia esteja sendo guiada por interesses econômicos no Iraque, que incluem acordos bilionários na área de petróleo, assinados com o governo de Saddam Hussein.

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