RJ quer cronograma de pagamento da dívida da Parmalat com cooperativas

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Publicado Terça, 06 de Janeiro de 2004 às 16:04, por: CdB

O governo do Rio de Janeiro vai pedir ao presidente da Parmalat do Brasil, Ricardo Gonçalves, que apresente um cronograma de pagamento da dívida da empresa com as 11 cooperativas que fornecem cerca de 300 mil litros de leite por dia para a fábrica em Itaperuna, no noroeste do estado. Até agora só foram pagos 30% da parcela de R$ 2,3 milhões, referentes à segunda quinzena de novembro. O total do mês de dezembro é de cerca de R$ 5 milhões. A reunião será nesta quarta-feira, em São Paulo.

O secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, defendeu tratamento para grandes, médios e pequenos produtores. Segundo ele, a Parmalat estaria pagando aos grandes fornecedores e atrasando o repasse dos recursos devidos às cooperativas, que congregam maior número de produtores familiares.

O governo do Rio quer uma definição clara da situação da Parmalat do Brasil: se a companhia está a salvo dos problemas que determinaram a falência do grupo na Itália e de outras subsidiárias no mundo. "Queremos que exista um diálogo claro e transparente entre a empresa, o ambiente de produção, a cadeia de produtores e o governo", afirmou Áureo.

O secretário declarou que os produtores não podem viver na angústia de não saber quando vão receber. Ele explicou que, apesar de ser uma atividade importante, a produção leiteira apresenta baixa rentabilidade e, sem liquidez, isto é, se os recursos passam a ser incertos, ela perde seu sentido.

No caso específico do Rio, Áureo disse que o governo quer uma avaliação precisa da Parmalat sobre as condições de manutenção da unidade de Itaperuna. Segundo ele, se não houver garantia de funcionamento, serão pensadas alternativas que permitam a continuidade das operações de secagem de leite. O objetivo é manter estoques estratégicos de produtos, mesmo em períodos de entressafra, seja através da arrecadação ou da venda para um grupo de cooperativas ou empreendedores.

A fábrica de Itaperuna gera 220 empregos diretos e mais de mil indiretos, além da ocupação de mais de 40 mil pessoas em 10 propriedades fornecedoras de leite, disse o secretário.

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