Reunião do Mercosul define ações para prevenir epidemias e baratear remédios

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Publicado Quarta, 03 de Dezembro de 2003 às 01:01, por: CdB

Os ministros da Saúde do Mercosul concluíram na última terça-feira uma reunião na cidade uruguaia de Punta del Leste na qual acertaram coordenar ações comuns para prevenir epidemias e trabalhar para baratear os custos dos remédios.

Também se comprometeram a buscar formas conjuntas para um melhor controle das doenças de transmissão sexual e as contagiadas por vetores.

Estiveram presentes à reunião, desenvolvida na emblemática Casapueblo, do centro turístico de Punta del Leste, 157 quilômetros de Montevidéu, os ministros da Saúde da Argentina, Ginés González García; do Brasil, Humberto Costa; do Paraguai, Julio César Velázquez, e do Uruguai, Conrado Bonilla.

Entre os temas discutidos estiveram incluídas as coordenações para enfrentar os problemas de doenças como o dengue e mal de chagas transmitidas por vetores e insistir nas campanhas preventivas e educativas para diminuir os efeitos dos contágios de transmissão sexual como a Aids.

A Argentina cogitou a promoção de estratégias regionais com a incorporação das realidades sociais aos programas de integração dos países do Mercosul.

O ministro González García transmitiu a experiência de seu país para diminuir os preços dos remédios, com o objetivo de que chegassem a setores mais numerosos da população.

Explicou que as receitas médicas que incluem somente os componentes de cada fármaco, em lugar de nomes específicos com marcas de laboratórios, fizeram o preço cair de 600 a 700 por cento.

Lembrou os problemas suscitados depois da crise do final de 2001 na Argentina, 'quando de um dia para outro as vendas de remédios caíram 42 por cento, porque muitos já nem iam às farmácias já que não podiam comprar nada'.

Disse que as medidas tomadas não só fizeram baixar o preço, mas se aperfeiçoou um sistema de subsídio de cerca de 15 milhões de argentinos, o que lhes permite adquirir os remédios essenciais.

O bem-sucedido programa exposto pelo ministro argentino, incentivou seus pares, especialmente o uruguaio, que pediu que seja estruturada uma lista e um pequeno livro de instruções comuns no Mercosul, o que pode permitir pelos montantes, retroceder também os preços.

Bonilla disse que não queria prejudicar os laboratórios instalados em seu país, que dão trabalho a muita gente, mas os incentivou a fazer estudos e a tentar baixar os custos.

Ele explicou a experiência uruguaia por adquirir para os serviços de saúde pública remédios pela metade do preço a partir da utilização de fórmulas genéricas dos fármacos.

Na reunião também se alertou sobre os altos custos dos tratamentos para doentes de Aids.

Por sua vez, o ministro da Saúde brasileiro falou que as políticas de saúde de fronteiras necessitam de um maior intercâmbio de conhecimentos, assunto no qual se avançou de forma significativa durante a reunião, segundo considerou.

Neste sentido, comentou que para o próximo ano serão definidos aspectos comuns em matéria de saúde com o Uruguai ao longo da extensa fronteira terrestre entre os dois países.

Também esteve presente à reunião a diretora da Organização Pan-americana da Saúde, Mirta Roses, que paralelamente está em um Congresso Mundial de Aids, também no centro turístico uruguaio.

Com Roses, os ministros analisaram a futura Estratégia Regional para o Controle do Tabaco.

As fontes da reunião insistiram que serão buscadas formas de desenvolver projetos conjuntos de cooperação técnica e financeira, para também criar uma Comissão Intergovernamental.

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