Reforma política: Gaspari mantém posições; eu as minhas convições

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Publicado Quarta, 24 de Agosto de 2011 às 07:11, por: CdB

Em seu artigo de hoje publicado em O Globo e na Folha de S.Paulo, o jornalista Elio Gaspari continua a atacar duas das propostas centrais da reforma política, o financiamento público de campanhas eleitorais e o sistema de voto misto, em lista e no partido.

Como ele discute a questão há tempos, critica as sugestões, só desqualifica as propostas em discussão, mas não apresenta nenhuma proposta alternativa e nem declina sua posição para modernizar o nosso sistema eleitoral, só se pode concluir que ele defende, claramente o atual modelo de financiamento público e de voto.

Caso contrário, Gaspari perdeu uma excelente oportunidade de expor suas propostas em seu texto de hoje. Justamente porque a Comissão da Reforma Política constituída na Câmara, que tem como relator o deputado Henrique Fontana (PT-RS), estará expondo o seu relatório e debatendo as mudanças hoje na Casa.

Se ele expusesse suas sugestões, enriqueceria o debate

O que o Gaspari pensa a respeito e, se ele tivesse alternativas e as tornasse públicas, com certeza elas chegariam aos parlamentares e enriqueceriam o debate da reforma política que terá continuidade hoje.

Mas, como ele não as divulgou, muito provavelmente por querer a continuidade do sistema atual eu reafirmo as minhas convicções: o financiamento privado (das empresas majoritariamente) das campanhas eleitorais e o sistema de voto uninominal que temos estão na raiz do caixa dois, da corrupção e do controle cada vez maior do poder econômico sobre o Parlamento.

São siameses, repito, e o motor da corrupção e do predomínio e abuso do poder econômico em campanhas e eleições no Brasil. Já o financiamento público e o voto proporcional misto - permita-me continuar a discordar de você, jornalista Elio Gaspari! - são as saídas mais democráticas e constitucionais para a crise que vivemos de um modelo falido e único no mundo. São o que de melhor a reforma política poderá nos trazer.

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