Recomeça, após 56 anos, tráfego ferroviário entre as duas Coréias

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Publicado Terça, 11 de Dezembro de 2007 às 08:49, por: CdB

Depois de mais de meio século de interrupção, as duas Coréias retomaram nesta terça-feira o tráfego ferroviário regular, ainda que por enquanto só para transporte de mercadorias, mas que simboliza a aproximação dos países, dois meses depois da histórica reunião celebrada em Pyongyang.
 
–É um sonho que se torna realidade, declarou Shin Jang-Chul, o maquinista que conduziu a primeira composição do primeiro serviço ferroviário regular em 56 anos entre os dois países, que em tese permanecem em guerra, já que nunca assinaram um tratado de paz após o conflito da Coréia de 1950-53.


O trem e suas mercadorias passaram pela estação sul-coreana de Dorasan antes de cruzar a fronteira ultramilitarizada com o território norte-coreano pela passagem de Panmun, anunciou o ministério sul-coreano para a Reunificação.
 
Inaugurada pelo presidente George Bush em 2002, a estação de Dorasan se transformou no símbolo da reconciliação entre as duas Coréias.
 
A nova ligação permitirá a entrega de materiais de construção, como parte da ajuda de Seul a Pyongyang.
 
A ferrovia servirá ao complexo industrial de Kaesong, na cidade fronteiriça norte-coreana de mesmo nome e que é considerada um "laboratório" da cooperação econômica entre os dois países.

O governo de Seul espera reduzir desta forma o custe do transporte dos materiais a Kaesong, que atualmente é feito por um serviço regular de caminhões.
 
Em maio foi realizada uma viagem de teste de 20 quilômetros entre as cidades sul-coreana de Munsan e norte-coreana de Bongdong. No entanto, a inauguração da linha regular foi adiada pelas exigências de Pyongyang de garantias de segurança.
 
O estabelecimento de uma ligação ferroviária após a abertura das estradas entre as fronteiras em 2005 foi aprovada na histórica reunião de cúpula de 2000 na capital norte-coreana, que marcou o processo de aproximação das Coréias.
 
O regime capitalista da Coréia do Sul é o segundo maior fornecedor de ajuda ao Norte. A combalida economia da ditadura comunista norte-coreana se apóia amplamente na ajuda externa para alimentar seus 23 milhões de habitantes.

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