Recessão nos EUA não afetará preço médio do petróleo, diz Gabrielli

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Publicado Sexta, 25 de Janeiro de 2008 às 17:08, por: CdB

Uma eventual recessão econômica nos Estados Unidos não deve provocar uma queda acentuada no preço do petróleo, na avaliação do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, para quem o valor médio do barril no mercado internacional deve se manter entre US$ 75 e US$ 85 nos próximos dois anos.

Para ele, porém, a volatilidade das cotações deve permanecer alta, com novos picos de até US$ 100 e baixas até US$ 70. Gabrielli fez a previsão durante entrevista nesta sexta-feira após participar de um painel de debates no Fórum Econômico Mundial, em Davos.

Depois de ultrapassar a marca dos US$ 100 pela primeira vez na história, no início do ano, a cotação do barril vem caindo nos últimos dias, em grande parte por conta dos temores de uma desaceleração econômica nos Estados Unidos, que poderia levar a uma queda no consumo.

No auge das turbulências nos mercados financeiros mundiais, no início da semana, a cotação do barril chegou a cair a US$ 87, mas voltou a ultrapassar a casa dos US$ 90 nesta sexta-feira, após o anúncio do pacote econômico nos Estados Unidos.

Para o presidente da Petrobras, alguns elementos atuais nas características da produção de petróleo devem impedir uma queda acentuada das cotações, mesmo se os Estados Unidos reduzirem suas importações do produto.

Segundo ele, o custo de produção do petróleo em poços novos é mais alto do que nos poços já estabelecidos. Além disso, em sua avaliação, a crescente demanda por petróleo na Índia e na China não deve ser afetada de maneira significativa por uma crise americana.

Outro componente citado por Gabrielli é a pressão sobre a cotação pelos investimentos em contratos futuros de petróleo, que apostam na valorização a longo prazo.

— Poderá haver muita elasticidade no preço, mas isso não deve afetar a média dos preços pelos próximos dois anos —, afirmou.

Ranking

Durante a entrevista, Gabrielli também comentou a mudança que sentiu na recepção que teve neste ano em Davos, após a Petrobras ter sido apontada no início desta semana como a 6ª maior empresa de petróleo do mundo pelo ranking da empresa de consultoria PFC Energy.

Ele disse que nos anos anteriores “passava sufoco” para convencer os participantes do evento que a Petrobras tinha saúde financeira e o risco controlado.

— Hoje em dia é diferente, como mostrou nossa última captação de recursos, no começo do ano, de US$ 700 milhões a uma taxa de juros de 5,38%, a menor taxa que a Petrobras já conseguiu —, disse Gabrielli, que afirmou ter sido muito mais abordado e cumprimentado pelos corredores em Davos neste ano do que nos três encontros anteriores a que compareceu.

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