Líder do PSB no Senado, Renato Casagrande (ES) acredita que será difícil aprovar a reforma tributária sem a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
– Na minha avaliação, da minha responsabilidade essa avaliação, eu vejo que a reforma tributária ficou num ponto muito mais distante do que ela está. Se já era difícil fazer a reforma tributária com a CPMF, sem a CPMF a reforma tributária fica mais distante – afirmou Casagrande, em entrevista nesta segunda-feira.
O senador argumenta que, para fazer a reforma, a União terá que compensar estados e municípios que perderão recursos com as mudanças.
– Uma reforma tributária sempre exige do governo central uma compensação financeira para estados e municípios que vão perder recursos com mudanças de local de cobrança de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a junção de alíquotas. Então há sempre estados e municípios que saem perdendo”, afirmou.
Para Casagrande, a reforma não será votada no início do ano que vem.
– Não acredito que vamos conseguir votá-la ou iniciar a sua votação logo nos primeiros momentos do ano de 2008 – disse.
O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), disse na última sexta-feira, que vai trabalhar para que a reforma tributária seja votada no primeiro semestre de 2008. Durante a entrevista, o líder ressaltou também que, sem a CPMF, o governo terá que “reduzir a velocidade” de implementação de seus programas.
– Com esse corte, o governo terá que reduzir as expectativas de prestação de serviço para que possa se ajustar ao seu orçamento menor que vai ter no ano de 2008. O governo terá que fechar uma parte de 2008 para balanço, para poder ajustar e equilibrar o seu orçamento – disse.