Putin diz que operação militar na Síria confirma preparo da Rússia para enfrentar ameaças

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Publicado Terça, 20 de Outubro de 2015 às 08:37, por: CdB
Por Redação, com Sputnik Brasil - de Moscou: A operação militar russa na Síria confirmou o preparo da Rússia para responder eficazmente ao terrorismo, bem como a outras ameaças, disse o presidente russo Vladimir Putin nesta terça-feira. Os caças russos Sukhoi Su-25, Su-24M e Su-34, com o apoio de jatos Su-30, começaram a lançar ataques aéreos precisos contra alvos terroristas na Síria em 30 de setembro, atendendo a um pedido do presidente sírio Bashar Assad. Além disso, a Rússia lançou 26 mísseis de cruzeiro a partir de sua base marítima no Mar Cáspio em 7 de outubro, alvejando posições do Estado Islâmico na Síria.
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A operação militar russa na Síria confirmou o preparo da Rússia para responder eficazmente ao terrorismo, diz Putin

– O resultado da operação (na Síria) confirma que a Rússia está pronta para responder com precisão e de forma eficaz ao terrorismo ou quaisquer outras ameaças ao nosso país – disse Putin durante uma cerimônia no Kremlin com altas patentes militares que acabaram de receber fileiras de comando.

O presidente russo disse ainda que os terroristas criaram uma espécie de trampolim na Síria, a fim de se expandir e desestabilizar regiões inteiras.

– Tendo criado um trampolim na Síria e em uma série de outros países no Oriente Médio, os terroristas fizeram e continuam a fazer planos de expansão e desestabilização de regiões inteiras. Eles recrutaram e continuam a recrutar para as suas fileiras militantes de diversos Estados, incluindo a Rússia e países da CEI (Comunidade de Estados Independentes), infelizmente. – acrescentou Putin.

Ações da Rússia

Nas várias províncias sírias estão sendo realizados processos de reconciliação já por vários anos. No âmbito deste processo, a chefia síria chama os seus cidadãos que se juntaram aos agrupamentos militares a retornar à vida civil e a passar pelo processo de reabilitação.

 O ministro de Estado sírio para Questões da Reconciliação Nacional, Ali Haidar, concedeu uma entrevista à agência russa de notícias Sputnik na qual comentou a eficácia de processo da reconciliação local síria e a operação aérea russa para combater o terrorismo na Síria.
Comentando o efeito da operação russa na Síria e respondendo à pergunta se a operação irá acelerar a possível vitória do exército sírio sobre o terrorismo, Haidar disse:

– Sem dúvida, 100 %. Ela tornou-se uma nova etapa de desenvolvimento da situação na arena de combate e garantiu a base favorável para novos êxitos do exército sírio no terreno que agora vemos.

Vale mencionar que a Síria vive em estado da guerra permanente desde 2011 e, segundo os dados da ONU, já perdeu mais de 230 mil pessoas. As tropas do governo sírio combatem vários grupos rebeldes e organizações militares, bem como grupos terroristas, inclusive o Estado Islâmico e a Frente al-Nusra. Enquanto isso, muitos insistem que a crise síria só pode ser resolvida politicamente. Neste contexto, Moscou e Genebra continuam sendo as cidades possíveis para as futuras negociações com o objetivo de procurar uma solução para a situação grave na Síria, já que hospedaram várias rondas no passado, algumas das quais contaram com a participação da oposição síria.

Mais cedo, o ministro sírio da informação, Omran Zoubi, na entrevista à Sputnik disse que o seu país está mais interessado em nova ronda de negociações em Moscou, do que em Genebra. Ali Haidar está de acordo com o seu colega:

– Durante a minha última visita a Moscou, cerca de um mês atrás, eu, como representante da oposição popular, após reuniões com os senhores Bogdanov (o vice-chefe da chancelaria russa) e Naumkin (moderador das negociações) disse em coletiva que sou a favor de Moscou-3 e não de Genebra-3. Segundo o político sírio, os encontros para resolver a crise síria em Genebra devem ser realizados “quando for criada a atmosfera para começo do diálogo entre as partes sírias”.

– Mas a atmosfera atualmente não existe, os EUA e os países ocidentais não favorecem de maneira nenhuma o êxito deste processo – frisou o ministro.

Segundo opinou Ali Haidar, ao contrário de Genebra-2, a primeira e segunda rondas das negociações em Moscou criaram o ambiente favorável para o início das negociações entre oposição e governo sírios. Em 30 de setembro, a pedido do presidente sírio Bashar Assad, a Rússia iniciou ataques localizados contra as posições do Estado Islâmico na Síria. Além disso, os navios da Frota do Mar Cáspio lançaram 26 mísseis de cruzeiro contra os territórios controlados pelos jihadistas. O embaixador sírio na Rússia, Riad Haddad, confirmou que as missões aéreas são realizadas contra organizações terroristas armadas, e não contra grupos da oposição política ou civis. Segundo os dados do Estado-Maior russo, os militantes do EI sofrem danos significativos e mudam de tática espalhando as suas tropas e escondendo-se em povoações. Na linha de contato com as forças governamentais sírias, eles perderam a maior parte das munições e material bélico e uma série de grupos que fazem parte do Estado Islâmico já estão prontos a deixar a zona de hostilidades. Segundo o ministro da Reconciliação Nacional, “o exército sírio precisava de apoio dos amigos, fossem a Rússia, o Irã ou outros”. Ali Haidar também sublinhou especialmente que os territórios libertados no resultado das ações conjuntas do exército sírio e da Força Aérea russa serão “a ponte de partida para a libertação do resto dos territórios”:

– Já que todos compreendem que a liquidação dos terroristas não pode ser limitada às operações aéreas. O alvo dos ataques aéreos são postos de comando, campos e locais de concentração dos militantes. Mas, mesmo assim, continuam existindo batalhões armados e para os combater são precisas operações no terreno, realizados pelo exército sírio. Tudo o que foi feito nas últimas semanas realmente nos permitiu ganhar meses de trabalho e devolveu ao exército sírio a possibilidade de combater no terreno.

Somando os últimos resultados dos combates, Ali Haidar destacou que as ações do exército sírio só beneficiam o processo de pacificação nacional. – As operações militares e os êxitos na frente sempre ajudam os processos de paz. Graças à ótima coordenação entre nós e o Ministério da Defesa, em muitos casos as ações militares foram suspensas por um tempo para o processo da reconciliação local.

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