Mais de um milhão de pessoas – segundo cifras de entidades sindicais – se reuniram neste sábado em Roma para protestar contra uma proposta de reforma do sistema de aposentadorias apresentada pelo governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
A polícia estimou o número de manifestantes em 250 mil, mas representantes das três centrais sindicais que convocaram o protesto lembraram que as autoridades minimizaram o número de participantes em todos os protestos anteriores.
Os trabalhadores, vindos de todas as cidades da Itália, querem barrar o projeto que aumenta de 35 para 40 anos o limite mínimo de contribuição para a concessão de aponsentadoria integral a partir de 2008. Pelo projeto de reforma, o trabalhador terá de pagar planos de previdência privada para complementar a aposentaria, caso queira aposentar-se antes de ter contribuído por 40 anos.
Durante seu primeiro governo, em 1994, Berlusconi não conseguiu impor a reforma do sistema. Na época, os trabalhadores conseguiram barrar o projeto com uma manifestação histórica no centro de Roma – da qual, segundo análises independentes, participaram cerca de um milhão de pessoas. A mobilização dos sindicatos contribuiu para a queda do governo.
-Estarei morto quando puder me aposentar- disse Giuseppe, um manifestante de 40 anos, funcionário de um posto de gasolina de Milão, que viajou 12 horas para participar do protesto.
O governo acusou as três maiores centrais sindicais – a CGIL (de esquerda), a CISL (católica) e a UIL (moderada) – de “politizar” o projeto de reforma.