Professores criticam reforma ortográfica no Senado

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Publicado Quarta, 04 de Abril de 2012 às 13:13, por: CdB
Professores criticam reforma ortográfica no Senado

Por: Redação da Rede Brasil Atual

Publicado em 04/04/2012, 18:52

Última atualização às 18:52

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São Paulo – Em audiência pública realizada hoje (4) na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado os professores Pasquale Cipro Neto e Ernani Pimentel avaliaram que está confusa a adoção da reforma ortográfica da língua portuguesa no Brasil. A instituição de uma ortografia oficial unificada com o objetivo de pôr fim à existência de duas normas ortográficas oficiais divergentes, uma no Brasil e outra nos restantes países de língua oficial portuguesa, não está sendo cumprida, segundo os professores. A audiência foi requerida pelos senadores Paulo Bauer (PSDB-SC), Cristovam Buarque (PDT-DF) e Ana Amélia (PP-RS).

O professor Pasquale disse que vários livros não seguem o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) da Academia Brasileira de Letras, que não acompanha o acordo internacional assinado em 1990 pelos membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. "A adoção dessa reforma ortográfica foi um desastre. Dinheiro público foi jogado no ralo, porque os livros didáticos contêm muitas imprecisões e confusões", disse. Ele contou que recentemente esteve em Portugal e que o povo de lá rejeita a "tal reforma".

O professor Ernani Pimentel, idealizador do movimento Acordar Melhor, explicou que o Decreto 6.583/2008 diz que o tratado internacional será executado e cumprido como prescrito em seu texto. Entretanto, segundo ele, o Volp desrespeita e altera o texto original. Para ele, as alterações deveriam ser submetidas ao Congresso Nacional para que produzissem efeito, já que o Decreto 6.583/2008 prevê que qualquer ato de revisão depende da decisão legislativa. "O que se está imputando aos brasileiros é uma ilegalidade. É uma imposição ditatorialesca", disse.

Pimentel disse que o secretário de cultura de Portugal, Francisco José Viegas, defende uma modificação do acordo até 2015 e que o presidente do Centro Cultural de Belém, em Portugal, Graça Moura, proíbe o uso das novas regras. Ele critica o fato de terem sido ouvidas apenas a Academia Brasileira de Letras (ABL) e a Academia de Ciências de Lisboa (ACL). "Não foram consultadas instituições como a Academia Brasileira de Filologia, que existe desde 1943, e cujos membros são todos filólogos", disse. Ele sugeriu a ampliação do debate para todos os que têm a escrita como instrumento de trabalho, como professores de português, jornalistas, linguistas e pedagogos.

Com informações da Agência Senado

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