Primeiro-ministro Abbas adia nomeação de novo governo palestino

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Publicado Quarta, 09 de Abril de 2003 às 13:13, por: CdB

Soldados de Israel assassinaram cinco palestinos, inclusive um adolescente de 16 anos, nesta quarta-feira em choques na Faixa de Gaza, ao mesmo tempo em que o recém-indicado primeiro-ministro palestino Mahmoud Abbas adiava a esperada nomeação de seu governo. Entre os palestinos mortos nesta quarta-feira em Gaza estão um jovem de 21 anos suspeito de pertencer ao grupo islâmico Hamas, um policial de 35 anos, um segurança de 27 e um adolescente de 16, disseram testemunhas. Mais tarde, um quinto homem de aproximadamente 25 anos morreu no hospital em decorrência dos ferimentos sofridos na ação israelense. Pelo menos 10 pessoas ficaram feridas. Um comandante do Exército de Israel na área disse que os soldados encontraram uma "célula de cinco ou seis homens armados perto de um lançador de foguetes" e abriram fogo contra eles, matando o suposto militante do Hamas. O oficial identificou-se apenas como coronel Yoel e disse desconhecer a ocorrência de mais mortes no tiroteio. A formação do novo gabinete palestino é uma condição imposta pelos Estados Unidos para a apresentação de um "roteiro para a paz" que inclui a criação de um Estado palestino soberano e independente até 2005. Nesta quarta-feira, porém, Abbas pediu ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Yasser Arafat, que amplie por duas semanas o prazo para que ele possa solucionar disputas com relação ao novo ministro do Interior, que será o responsável pelo controle das forças de segurança. Esperava-se inicialmente que Abbas anunciasse na próxima quinta-feira a composição do gabinete. A escolha de Abbas para o cargo pode ser determinante para a credibilidade de seu futuro governo. Os mediadores ocidentais do chamado "Quarteto" e Israel esperam que o novo primeiro-ministro palestino reprima a ação de extremistas islâmicos. Abbas prefere Mohammed Dahlan, o ex-homem forte de Gaza. Sua indicação conta com a aprovação dos mediadores internacionais e é vista como um passo na direção do combate aos militantes. Arafat, por sua vez, pressiona em favor de Hani al-Hassan, um assessor de longa data que já foi ministro do Interior, mas não agiu com eficácia em relação às reformas estruturais dos serviços de segurança. Nabil Abu Rdeneh, um conselheiro de Arafat, disse que Abbas pediu nesta quarta-feira ao líder palestino que estenda o prazo. Arafat acatou a solicitação. Num episódio que aparentemente reflete a importância de uma imagem positiva para o novo primeiro-ministro, Abbas e Arafat reuniram-se nesta quarta-feira com o ministro alemão das Relações Exteriores, Joschka Fischer, primeira autoridade importante a visitar o líder palestino desde que seu quartel-general em Ramallah foi arrasado pelos soldados israelenses. Ainda nesta quarta-feira, milhares de pessoas saíram às ruas da Cidade de Gaza para participar da procissão fúnebre de sete palestinos mortos na última terça-feira numa incursão aérea promovida por Israel. Os caixões das vítimas foram cobertos com bandeiras do Hamas. Revoltados, os participantes da procissão pediam revanche enquanto pistoleiros atiravam para o alto em homenagem aos mortos.

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