Presidente sul-africano visita Líbia em busca de acordo

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Publicado Segunda, 30 de Maio de 2011 às 10:10, por: CdB

Presidente sul-africano visita Líbia em busca de acordoLegenda:Presidente sul-africano Zuma vai a Trípoli negociar acordo (reuters_tickers)

Por Peter Graff

TRÍPOLI (Reuters) - O presidente sul-africano, Jacob Zuma, voou para Trípoli na segunda-feira para tentar mediar um acordo de paz com Muammar Gaddafi, horas depois de o secretário-geral da Otan dizer que o "reinado de terror" do líder líbio estava chegando ao fim.

Zuma foi recebido por vários dignatários, não incluindo o próprio Gaddafi, que não é visto desde 11 de maio, ocasião em que apareceu na televisão estatal da Líbia numa reunião de líderes tribais.

Zuma caminhou pelo tapete vermelho no aeroporto de Trípoli acompanhado por uma banda e crianças gritando "Queremos Gaddafi!" em inglês, enquanto agitavam bandeiras líbias e pôsteres do líder.

A visita de Zuma é a segunda desde que o conflito começou. Sua viagem anterior não avançou muito as negociações, pois Gaddafi se recusou a deixar o poder, e líderes rebeldes dizem que essa é uma pré-condição para qualquer trégua.

Aviões da Otan estão aumentando o ritmo dos ataques aéreos sobre Trípoli. O complexo de Gaddafi, chamado Bab al-Aziziyah, no centro da cidade, foi atingido várias vezes.

Jornalistas que entraram no Bab Al-Aziziyah após a chegada de Zuma encontraram um grupo de cerca de 160 visitantes africanos entoando slogans pró-Gaddafi e agitando bandeiras de vários países, incluindo Chade, Níger e Gana, em uma aparente demonstração da unidade pan-africana.

A Grã-Bretanha disse no domingo que ia aumentar o arsenal que seus aviões de guerra estão usando na Líbia, usando uma bomba mais potente que poderá enviar uma mensagem a Gaddafi que está na hora de desistir.

"Nossa operação na Líbia está atingindo os seus objetivos. (...) Reduzimos drasticamente a capacidade de Gaddafi em matar seu próprio povo", disse o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, em um fórum da organização em Varna, Bulgária.

"O reinado de terror de Gaddafi está chegando ao fim. Ele está cada vez mais isolado em casa e no exterior. Mesmo aqueles mais próximos a ele estão partindo ou desertando."



Oito oficiais do Exército líbio apareceram em Roma nesta segunda-feira, dizendo que faziam parte de um grupo de até 120 oficiais militares e soldados que desertaram do lado do líder líbio nos últimos dias.

Gaddafi nega atacar civis, dizendo que suas forças foram obrigadas a agir para conter gangues criminosas armadas e militantes da Al Qaeda. Ele diz que a intervenção da Otan é um ato de agressão colonialista visando conquistar as abundantes reservas de petróleo da Líbia.

A Grã-Bretanha e outras potências da Otan estão intensificando a intervenção militar para tentar romper um impasse que mantém Gaddafi no poder, apesar da insurreição rebelde e de semanas de ataques aéreos. Gaddafi está no governo da Líbia há quatro décadas.

O almirante norte-americano Samuel Locklear, comandante do Comando Conjunto de Operações, em Nápoles, não quis comentar sobre a possibilidade de a Otan colocar forças em solo, mas sugeriu que uma pequena força pode ser necessária para ajudar os rebeldes, depois da eventual queda de Gaddafi.

Ele disse ao fórum Varna: "Eu imagino que possa haver uma necessidade, em algum momento, do envio de uma pequena força, de um pequeno número de pessoas no local, para ajudá-los, de alguma forma."



(Reportagem adicional de Joseph Logan em Trípoli, Hamid Ould Ahmed em Argel, Matt Robinson em Zintan e Tsvetelia Tsolova em Varna)

Reuters

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