Presidente da Síria avisa que manterá tropas

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Publicado Segunda, 09 de Abril de 2012 às 06:06, por: CdB
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A dois dias do prazo final dado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o governo sírio executar o plano de paz na região, o presidente da Síria, Bashar Al Assad, anunciou no domingo que não irá retirar as tropas das cidades. Ele exige da oposição “garantias por escrito”. A cobrança foi feita em comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores. - Dizer que a Síria vai retirar suas forças das cidades no dia 10 de abril é incorreto. O emissário especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan ainda não apresentou garantias por escrito da aceitação dos grupos terroristas armados sobre o fim de toda forma de violência e de sua intenção de entregar as armas - informou o Ministério das Relações Exteriores da Síria. No texto, o governo informou ainda que Annan não apresentou por escrito o compromisso dos governos do Catar, da Arábia Saudita e da Turquia sobre o fim do financiamento de grupos da oposição. Para Assad, esses grupos são terroristas. Annan cobrou de Assad o cumprimento do cessar-fogo e disse estar “chocado pelo aumento da violência e as atrocidades em várias cidades e vilarejos na Síria” nos últimos dias. A onda de violência, que dura mais de um ano, matou cerca de 9 mil pessoas, segundo organizações não governamentais. Desde março de 2011, os protestos na Síria começaram em decorrência da insatisfação de vários segmentos da sociedade com o governo Assad. Os manifestantes reivindicam a saída do presidente e mais liberdade de expressão, além do fim das violações de direitos humanos na região. Há denúncias de prisões, torturas e assassinatos. O emissário das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe à Síria, Kofi Annan, manifestou-se “chocado” com o aumento “inaceitável” da repressão no país e pediu ao regime de Bashar Al Assad que acabe com a violência. “Estou chocado com os recentes relatos que indicam um aumento da violência e das atrocidades em diferentes cidades da Síria, com um resultado alarmante de feridos, refugiados e pessoas deslocadas”, disse Annan, em comunicado. - Estas ações violam o que foi acordado comigo - disse Annan - Devemos todos trabalhar com urgência para o fim das hostilidades, permitir o acesso às agências humanitárias e criar as condições para um processo político que permita ter em conta as aspirações legítimas e as preocupações do povo sírio. - À medida que se aproxima a data limite de 10 de abril, lembro ao governo sírio a necessidade colocar em prática os compromissos assumidos - disse, apelando à comunidade internacional para que exerça a sua influência junto do regime para “parar com o banho de sangue e para começar o diálogo”. O plano da ONU para a Síria prevê o fim das operações militares nesta terça-feira e o estabelecimento de um cessar-fogo 48 horas depois. O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coligação da oposição, apelou no domingo à ONU para que intervenha com “urgência” a fim de acabar com a violência no país, após mais um dia de confrontos que fizeram mais de 120 mortos. - Dizer que a Síria vai retirar as suas forças das cidades no dia 10 de abril não é exato, Kofi Annan não apresentou ainda garantias escritas da aceitação dos grupos terroristas armados de parar com todas as formas de violência - informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio, por meio de comunicado. De acordo com o Observatório dos Direitos Humanos Sírio, a violência em todo o país provocou pelo menos 128 mortos no sábado. Segundo a mesma fonte, a violência na Síria fez perto de 10 mil mortos, a maioria civis, desde o início da contestação popular, a 15 de março de 2011.
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