Presidente Bush assina resolução que permite atacar o Iraque

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Publicado Quarta, 16 de Outubro de 2002 às 21:33, por: CdB

O presidente Bush assinou nesta quarta-feira a resolução do Congresso que autoriza o uso da força militar, se necessário, para eliminar as armas químicas e biológicas que a Casa Branca afirma que o governo de Saddam Hussein reuniu. Ainda, a medida prevê o uso da força para acabar com o programa de armas nucleares que Bagdá estaria desenvolvendo. Qualificando o regime iraquiano como "uma séria e crescente ameaça à paz", o Sr. Bush assinou a lei em uma cerimônia na Casa Branca, enquanto os 100 membros de uma delegação bipartidária de congressistas observavam. O presidente utilizou a oportunidade para pressionar a ONU a adotar a nova resolução, que obriga o Iraque a receber novamente as inspeções de armas. O Conselho de Segurança iniciou seu primeiro dia de debates sobre a resolução nesta quarta-feira. A medida foi redigida pelos EUA. A proposta foi imediatamente contestada pela Rússia, que qualificou a proposta como "inaceitável". O Iraque condenou o esboço de resolução como "um insulto à comunidade internacional". Contudo, na Casa Branca nesta manhã, o Sr. Bush estava tentando garantir apoio para a resolução. "Eu não ordenei o uso da força", ele afirmou. "Eu espero que a força não seja necessária. Contudo, enfrentar a ameaça posicionada pelo Iraque é uma medida necessária, independente dos meios que forem necessários. Seja pelo fim do programa de armas de destruição em massa do regime iraquiano, seja pelo bem da paz, os EUA liderarão uma coalizão global para desarmar aquele regime", afirmou o presidente. A Câmara de Representantes e o Senado aprovaram a medida com grande maioria na semana passada, o que dá ao presidente ampla liberdade para agir contra o Iraque. A resolução aprovada pelo Congresso autoriza o Sr. Bush a usar as forças armadas "quando ele julgar ser necessário e apropriado" para defender a nação contra "a ameaça contínua posicionada pelo Iraque", e para cumprir "todas as resoluções" do Conselho de Segurança da ONU sobre o Iraque. A medida pede que o Congresso seja informado 48 antes do início de qualquer ação militar. A Casa Branca insistiu que como comandante-em-chefe, o Sr. Bush já possuía o poder para ordenar um ataque militar contra o Iraque para defender os EUA. Mas ele havia trabalhado para garantir o apoio do Congresso, para que pudesse argumentar perante a ONU que o país está a seu lado. "Chegou o momento para que a ONU novamente realize seus propósitos de proteger nossa segurança comum", afirmou o presidente. "Chegou o momento para as nações livres enfrentarem nossa responsabilidade global e atacarem um perigo crescente". Em uma concessão aos Democratas, a resolução do Congresso incentiva o presidente a tentar uma atuação na ONU antes de agir sozinho. Mas ainda deixa o presidente com ampla liberdade para agir. Enquanto trabalha freneticamente para garantir o apoio da ONU, o Sr. Bush também esclareceu nesta quarta-feira que estava preparado para agir sozinho. "Esta nação não viverá exposta a qualquer poder ou plano internacional", ele afirmou. Em Bagdá nesta quarta-feira, uma autoridade do governo advertiu que se os EUA atacassem o Iraque "todo garoto em cada aldeia" pegaria em armas contra as tropas americanas. "O Iraque tomou muitas medidas preventivas contra um ataque americano", afirmou Izzat Ibrahim, que como vice-presidente do Conselho do Comando Revolucionário é o segundo no comando iraquiano. "Se o governo americano cometer um erro e iniciar uma guerra, nós os combateremos. Eu não creio que eles podem nos derrotar em terra". Nas últimas três semanas, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança não concordaram sobre os termos da resolução apresentada pelos EUA, que pede o retorno das inspeções de armas ao Iraque e propõe o uso da força caso o trabalho dos inspetores seja prejudicado. A proposta americana é apoiada pelo Reino Unido, mas a França, China e Rússia, que possuem poder de veto no Conselho, favorecem duas medidas diferentes.

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