Premier palestino promete evitar guerra civil

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Publicado Terça, 23 de Maio de 2006 às 07:35, por: CdB

O premier palestino, Ismail Haniyeh, pediu, nesta terça-feira, que as forças rivais de seu grupo militante Hamas e do movimento Fatah, ligado ao presidente Mahmoud Abbas, mostrem sinais de moderação. Ele prometeu evitar uma guerra civil nos territórios palestinos.

Os choques entre o Hamas e o Fatah intensificaram-se desde que o governo liderado pelo grupo islâmico colocou em operação uma nova força paramilitar com 3 mil membros, na semana passada. Um porta-voz do governo disse que o gabinete palestino não desmantelaria essa força, apesar das exigências de Abbas.

- Guerra civil é uma expressão que não existe no dicionário palestino. Garanto às pessoas que esses incidentes podem ser superados - afirmou Haniyeh a repórteres antes de participar de negociações, em Gaza, entre as várias facções. O encontro visa debelar as tensões.

A luta pelo controle do setor de segurança na Faixa de Gaza alimentou temores de que a região seja tragada por uma guerra civil, algo que poderia minar a Autoridade Palestina e reforçar os planos de Israel de impor unilateralmente uma fronteira com os palestinos devido à ausência de negociadores de paz.

A nova milícia do Hamas enfrentou homens armados dos serviços de segurança comandados pelo Fatah, em Gaza, na segunda-feira. O motorista de um diplomata jordaniano acabou morto e vários civis ficaram feridos no incidente.

Líderes do Fatah disseram que as tensões continuariam enquanto a força liderada pelo Hamas não for tirada das ruas e enquanto continuar desafiando Abbas, que defende as negociações de paz com Israel e que pediu moderação ao grupo islâmico.

O Hamas subiu ao poder em março, após trucidar o tradicional Fatah nas eleições parlamentares de janeiro passado. O grupo militante defende a destruição de Israel, mas aderiu a uma trégua selada com os israelenses 15 meses atrás.

Segundo Haniyeh, as negociações de terça-feira, em Gaza, entre o Hamas, o Fatah e outras facções se concentrariam nos esforços para estabelecer um consenso.

- Ele pede a todos os envolvidos que dêem provas de moderação e que não usem armas no lugar do diálogo - disse Ghazi Hamad, porta-voz do gabinete de governo.

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Mas Hamad afirmou que o governo estava decidido a manter a "força de apoio" em meio a seus planos para colocar fim à situação caótica instalada na Faixa de Gaza, um território onde moram 1,4 milhão de pessoas.

Maher Meqdad, porta-voz do Fatah em Gaza, disse que, no caso de fracassarem os esforços para conter a violência interna, o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, teria liberdade "para continuar com seus planos unilaterais" de retraçar o mapa da Cisjordânia ocupada.

O representante da Jordânia junto à Autoridade Palestina, cujo motorista foi morto na segunda-feira, pediu aos palestinos que "sejam racionais" e que parem com os enfrentamentos.

- Esses enfrentamentos não servem para nada. Ao invés disso, eles destroem as conquistas obtidas pelos palestinos nos últimos dez anos - disse Yahya al-Qarala no funeral de seu motorista, referindo-se aos acordos de Oslo de 1993, que deram autonomia relativa aos palestinos.

O atual governo do Hamas também tenta evitar um colapso financeiro da região depois de potências ocidentais e Israel terem suspendido o envio direto de ajuda e outros pagamentos devido à recusa do grupo militante em reconhecer a legitimidade do Estado judaico.

O ministro palestino das Relações Exteriores, Mahmoud al-Zahar, saiu de Gaza na terça-feira para visitar o leste da Ásia, onde pretende pedir ajuda e aumentar o apoio político ao novo governo. Zahar visitará a China e países majoritariamente muçulmanos como a Malásia e a Tailândia.

Os palestinos enfrentam crescentes dificuldades no momento em que Olmert faz sua primeira visita aos EUA após ter tomado posse. O premiê israelense se reunirá com o presidente norte-americano, George W. Bush, na te

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