A gestão pelas organizações de saúde também preocupa profissionais do setor contra a municipalização
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro: Adotada para melhorar a gestão de dois hospitais estaduais de urgência e emergência, em crise por falta de recursos, a municipalização, que avançou nesta segunda-feira com a entrega das chaves do Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, à prefeitura do Rio de Janeiro, encontra resistência. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e a Defensoria Pública cobram informações que justifiquem a escolha do Rocha Faria e do Albert Schweitzer, em Realengo, e não de outros, e como será a partir de agora. As unidades atendem 10 mil pacientes por dia em uma das áreas mais populosas da cidade. Profissionais de saúde e parlamentares alegam que a medida foi tomada sem critérios claros e sem transparência. Segundo o vereador Paulo Pinheiro (PSOL), a transferência da gestão à prefeitura de hospitais de urgência, conforme orienta o Ministério da Saúde, era desejada, mas desde que planejada para melhorar as unidades mais precárias. – A municipalização precisa ter recursos e ser detalhada tecnicamente. Aliás, nesta crise, quem precisava ser municipalizado e estava em piores condições era o Getúlio Vargas, na Penha, que deveria ser o primeiro, depois o Carlos Chagas, seguindo a Avenida Brasil – afirmou. Da Comissão de Saúde, o vereador chama a atenção para a ausência de uma discussão aberta sobre o modelo de gestão, já que a Secretaria de Saúde cogitou entregá-la a organizações sociais (OS). Segundo Pinheiro, a administração própria é mais barata e eficiente. A gestão pelas organizações de saúde também preocupa profissionais do setor contra a municipalização. O Sindicato dos Médicos divulgou nota afirmando que a prefeitura não tem sido eficiente nas fiscalizações da OS e cita como exemplo os hospitais municipalizados Ronaldo Gazolla e Pedro II. “A OS que gerenciava essas unidades se envolveu em desvio de verba e a prefeitura, que deveria ter fiscalizado todos os repasses, nunca fez nada, permitindo que o dinheiro público fosse utilizado de uma forma criminosa”, disse o presidente, Jorge Darze.