O preço do petróleo no mercado internacional caiu nesta terça-feira, depois das declarações do ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, de que seu país é a favor de um aumento na produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
De acordo com o príncipe Saud al-Faisal, “o preço do petróleo vem subindo e deve haver um aumento de produção”.
Os relatos de que a Opep pode ampliar sua produção em dois milhões de barris/dia a partir do dia 15 de janeiro, aliados à declaração do ministro saudita, fizeram o preço recuar para US$ 29,25 pela manhã.
Às 11h30, horário de Brasília, o barril de petróleo cru para entrega em fevereiro estava sendo negociado a US$ 29,25.
Fórmula
A Opep chegou a um acordo em março de 2000 para aumentar a produção em 500 mil barris por dia, se o preço do barril ultrapassar a banda de US$ 22 a US$ 28 por mais de 20 dias consecutivos.
A analista Irene Himona, do Morgan Stanley, disse à agência France Press que a “Opep pode repor os 2,5 milhões de barris perdidos com a greve na Venezuela”.
Mas acrescentou que mesmo “um aumento de produção desse tamanho ignora o fator Iraque”.
Segundo Imona, uma possível guerra no Iraque pode reduzir a produção iraquiana, estimada em torno de 2,4 milhões de barris ao dia.
Ela também acredita que uma guerra na região pode trazer o risco de prejudicar o trânsito de navios petroleiros no Oriente Médio.
Temores
Temores como esses fizeram o preço do barril chegar a US$ 31,02 em novembro e dezembro.
“O impacto nos preços, porém, não é instantâneo,” advertiu Himona, ressaltando que um carregamento pode demorar 50 dias para sair do Oriente Médio e chegar aos consumidores no ocidente.
A situação na Venezuela também parece estar se estabilizando.
O ministro do Petróleo, Rafael Ramirez, disse que a produção está em torno de 800 mil barris/dia e que chegará a um milhão de barris até o final da semana.
A produção nornal do país é de 3 milhões de barris/dia.
Fontes da indústria na Venezuela disseram que o governo está fazendo progressos e estimam que as exportações já alcançam 500 mil barris diários, o dobro dos níveis no auge da greve.